A Noite
Oh noite airosa
Que resplandece o escurecer
Repleta de estrelas que brilham
E com o luar incandescente que enfeita o seu negror
Tem o seu lado imponderável,
Misterioso,
E obscuro
Que corrompe o meu sangue
E que deixa perplexo o meu espírito trevoso
Ah... Que doce e amarga noite
Trazendo o seu ar tenebroso
Acompanhada com a escuridão densa e envolvente
E que penetra em minha ditosa alma.
Nessa noite tão ofuscante
Ressuscita o meu viver
Aumenta a minha santa sorte
Por radiar-me pelas puras e densas trevas.
Que essa bela e singela noite
Tão pungente
Forneça-me esse brilho sombroso
Para alimentar a minha alma totalmente desfalecida!
Oh noite serena e solitária!
Como eu te anseio...
Amo-te como amaste a mim mesmo
Embriago-me com a força do teu luar
Enveneno-me com o brilho das suas estrelas
Que tem o poder tão sagaz!
Foi por essa noite tão fria e enigmática
Que escrevo essas profundas palavras
Que vem de uma vida tão oculta
Osculada pela solidão!