Queria ser o Fidelis... ( autorretrato de um poeta)
Queria ser o Fidelis...
Ser essa persona que contradiz os paradigmas e surpreende as pessoas. Que cativa, encanta,conquista e seduz. Queria mesmo.
Ser amado e desejado (pois ele é) como só ele consegue. Ser encantador, poeta e escritor como ele o é- primaz.
Ás vezes desejo assumir a vida dele e sê-lo integralmente, sentir suas emoções, vibrações e desejos. Sentir-se no seu mundo surreal. Vontade de viver os sonhos e aspirações de um homem que parece não ter saído da contextualidade do romantismo do século XVIII. Vontade de viver a juventude violada em seu direito de ser feliz.
Fidelis é alguém que, seja por inveja ou por ideologia, eu mesmo queria ser. Acho belo como ele escreve seus poemas, se entrega em uma paixão empírica e vive-a como se dela dependesse o fôlego da vida. Incrível como ele se apaixona pela moça desconhecida do outro lado da vidraça de um ônibus e por ela escreve poemas vibrantes... Eu não sou assim... Não, não sou...
Admiro a facilidade com que transforma uma simples caneta em um sismógrafo, capaz de registrar todos os tremores e temores de sua fértil imaginação. Terremotos de ansiedades que destroem a alma. Gosto da forma obstinada como ele luta contra suas repressões e carências. Gosto da versatilidade e da nostalgia que ele transpira. Eu gosto do Fidelis porque eu, Fabiano Fidelis sou a maior parte do tempo a sombra do verdadeiro ego, ou simplesmente eu mesmo, Fabiano...