Qual foi o Pecado Original?
- Olá, amigo leitor! Tudo bem contigo?
- Olá, pensador! Sim, tudo bem e tu como estás?
- Tudo bem, também. Faz tempo que não conversamos, hem?
- Sim, faz tempo!
- Ultimamente tenho apenas publicado algumas perguntas e respostas do Yahoo!Respostas e alguns desenhos que fiz em meu blog, já os vistes?
- Sim, vi alguns desenhos. Gostei deles, apesar do amadorismo, mas deu para apreciar.
- Fico feliz que tenhas gostado, meu sincero leitor! Os desenhos também estão acompanhados de um clip musical, viste? Quando tiveres um tempinho, ficarei muito honrado com tua opinião sobre os desenhos.
- Sim, vi os vídeos musicais e deixarei um comentário assim que puder, pode deixar! Mas nós iríamos conversar sobre algo, não é? Conforme o título lá em cima, creio que é algo sobre o Pecado Original, não é isso?
- Sim, meu querido e apressado leitor (risos), falaremos hoje sobre o Pecado Original. Mas, antes disso, tu sabes qual foi o Fruto Proibido, meu querido e informado leitor?
- Dizem que é uma fruta em uma árvore proibida que Adão e Eva não poderiam comer, mas comeram, certo? Mas muitos dizem que essa fruta, na verdade, simbolizava o sexo e dizem também que o sexo foi o Pecado Original, por isso, a castidade é a maior expressão de santidade que alguém poderia expressar e é graças a isso que os hedonistas odeiam tanto a Bíblia, pois para eles o sexo é a verdadeira razão de viver.
- Muito bem, informadíssimo leitor, vejo que estás atualizado quanto ao pensamento tradicional sobre esse fruto e a reação moderna incentivada pela mídia sobre ele. De fato, para muitos, esse fruto proibido simbolizava o fogo da paixão. Mas contrariando esse pensamento, o que para alguns foi o primeiro ato libidinoso da história, para outros é visto como sendo a verdadeira liberdade, pois para eles o sexo é a razão de viver, a quintessência da existência humana, afirmam inclusive que é o prazer físico que nos torna humanos, instintos à flor da pele, não é? Muitos hedonistas dizem que o herói dessa história na verdade foi a serpente, por isso a admiram.
- Já ouvi falar nisso, muitos admiram o tal “Filho da Alva” também conhecido como a “Estrela da Manhã” e “Portador da Luz”.
- Pois é, amigo! Entretanto, discordando dos hedonistas, creio que comer, beber, dormir e fazer sexo fica bem aquém daquilo que seres racionais podem e precisam fazer. Faz sentido o homem primitivo, no passado, preocupar-se apenas com isso, mas avançamos muito em nosso entendimento, por isso podemos ir além disso. Para mim, creio que nossa inteligência é que nos torna humanos, os animais é que são dominados apenas por instintos.
- Faz sentido!
- Bem, mas tenho uma notícia para dar-te, o sexo não foi o pecado original, afinal, sem ele, não haveria reprodução e nós não existiríamos, não é? O próprio Deus deu a ordem para que o sexo fosse praticado: “Tomai mulheres e gerai filhos e filhas, e tomai mulheres para vossos filhos, e dai vossas filhas a maridos, para que tenham filhos e filhas; e multiplicai-vos ali, e não vos diminuais”, Jeremias 29.6. Mas também deixou claro que não é apenas para reprodução, mas para prazer também: “O marido pague à mulher a devida benevolência, e da mesma sorte a mulher ao marido (...)Não vos priveis um ao outro, senão por consentimento mútuo por algum tempo, para vos aplicardes ao jejum e à oração; e depois ajuntai-vos outra vez (...), 1 Coríntios 7. 3-5. Mas sempre com equilíbrio, bom senso e inteligência, afinal, somos humanos e não bicho.
- Pensador, na verdade, eu já imaginava que o Pecado Original não poderia ser o sexo, isso é apenas implicância de gente que na verdade não se controla, pois não consegue pensar em outra coisa. Hipocrisia, enfim. O Pecado Original, na verdade, é o conhecimento, o saber. Afinal, a árvore proibida chamava-se Árvore do Conhecimento, não é Pensador? Por isso a fé cristã queimou tantos livros no passado e proibiu, perseguiu e queimou qualquer pensamento fora de seus dogmas. Aí surgiu a Reforma Protestante que prometia um retorno aos princípios cristãos originais e uma evolução maior no pensamento religioso, mas vemos no presente que o protestantismo não cumpriu seu papel, pois também amarra a mente de seus fieis, proíbe o desenvolvimento intelectual e classifica como pecado qualquer coisa que não pode entender, ao invés de estudar sobre o assunto. É assim, não é?
- Pois é, sempre sincero leitor! Pegaste um pouco pesado, mas fostes firme em teu ponto de vista, muito bem! Concordo com muita coisa que dissestes, apenas não concordo com uma coisa: o Fruto Proibido não foi o conhecimento. Pode até parecer que sim, mas não era isso que ele simbolizava.
“Observe, leitor: Um sábio chinês chamado Shang Yang, descreveu muito bem como um tirano deve exercer total controle sobre o povo, o primeiro e principal passo é inibir o desenvolvimento intelectual, pois ele é perigoso e atrapalha qualquer tipo de controle por parte do estado, pois quem sabe, pensa, e por isso, questiona. No entanto, a Bíblia não proíbe a busca pelo saber, observe o que o apóstolo Paulo disse ao seu discípulo Timóteo: ‘Persiste em ler, exortar e ensinar, até que eu vá’, 1 Timóteo 4.13. Em Provérbios vemos: ‘A sabedoria é a coisa principal; adquire pois a sabedoria, emprega tudo o que possuis na aquisição de entendimento’, Provérbios 4.7. Em Eclesiastes também vemos: ‘Porque a sabedoria serve de defesa, como de defesa serve o dinheiro; mas a excelência do conhecimento é que a sabedoria dá vida ao seu possuidor’, Eclesiastes 7.12. A conclusão disso é que, afinal, como Deus poderia proibir o desenvolvimento da inteligência humana se foi ele mesmo quem nos deu essa inteligência? Somos o que somos graças a ele. Seria mais sensato pensar que o conhecimento é algo natural e esperado para seres como nós.”
“Só o conhecimento trás o poder, dizia Freud, e é esse poder que governos e mídia querem tirar de nós, pois querem nos reduzir a este estado bestial que os hedonistas defendem, desprovidos de mente e regidos apenas por instintos como se fôssemos animais.”
- Agora foste tu quem pegaste pesado, Pensador! Mas, tudo bem, qual era o Fruto, então?
- Antes de entrarmos no assunto, caro leitor, responda-me: existe o bem e o mal?
- Acredito que o bem e o mal dependem da visão pessoal de cada um.
- Será mesmo, meu caro leitor de mente aberta?
- É errado ter a mente aberta, Pensador?
- De modo algum, se olhares meus textos, verás que sou um pensador livre graças a minha mente bem aberta, arredio leitor! (risos). A grande questão que discutiremos antes de entrarmos diretamente no assunto é se de fato existe bem e mal, pois, afinal, o Fruto Proibido estava na Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal, não é?
-Verdade!
- Observe: Deus criou tudo e, conforme ele mesmo disse, tudo que criou é bom, como por exemplo, aqui: “E chamou Deus à porção seca Terra; e ao ajuntamento das águas chamou Mares; e viu Deus que era bom”, Gênesis 1.10. Assim, podemos concluir que ele criou Lúcifer, criou o mundo, criou vulcões e etc, enfim, tudo que ele criou é bom.
- Peraí, Pensador! Deus criou o diabo e os vulcões e isso é bom? Tens certeza?
- Aí é que tá, amigo! É na ação consciente e intencional que está o mal e não na matéria. Deus criou a matéria, mas a decisão para agir não depende dela, pois se imaginarmos hipoteticamente que todos esses personagens acima citados não possuem qualquer tipo de consciência, então seriam apenas matéria, apenas objetos e, tudo isso, apenas como coisa ou objeto, não possue maldade alguma.
-QUE??? Não entendi!
- Vou exemplificar: imagine um vulcão, caríssimo leitor!
“Imaginou?”
-Sim, até sinto o calor!
- Sabemos que um vulcão não possui consciência, certo? Mas, mesmo assim, ele tem uma função importante quanto à formação da crosta terrestre e sua manutenção, não é? Além disso, ele também foi um importante auxiliar na formação de nossa atmosfera em tempos imemoriais. Diante disso, podemos dizer que um vulcão é realmente mau? Ou, na verdade, que ele é bom?
- Sim, precisamos dele, então ele não é mau, é apenas chato, certo?
- Chato? Não, bem humorado leitor! O vulcão é útil e necessário, por isso é bom.
- Acho que aquele pessoal no Chile que teve sua vila destruída há alguns anos atrás por um vulcão vai discordar de ti.
- Será mesmo, leitor? Um vulcão não tem consciência própria, lembra-te? Por isso, com pessoas perto ou não, ele faz o que sempre fez, assim, as pessoas que foram morar perto dele, o fizeram conscientes do que um vulcão é, certo? Ninguém foi obrigado a ir para lá. As explosões de um vulcão são necessárias para que nosso planeta não exploda por causa de sua pressão interna, assim, não há o mal nas explosões de um vulcão, pois tudo o que Deus criou é bom.
“A matéria não é má, por si mesma.”
“Vou dar outro exemplo: o vulcão ao explodir não faz o mal, certo? Mesmo destruindo uma vila inteira, ele apenas segue sua natureza, só isso. O mesmo ocorre com um leão quando come uma gazela, ele não matou a gazela por ódio, rancor ou preconceito, ele apenas seguiu sua natureza, pois ele também quer viver e a gazela é que o manterá vivo, certo? É apenas a ordem natural das coisas, só isso. Mas, olhe só que interessante, e se o vulcão fosse um ser consciente de suas ações, possuísse inteligência como nós e, por isso, suas explosões, na verdade, fossem para destruir milhares de vidas PROPOSITALMENTE, por pura pilantragem?”
- Bom, aí ele seria um vulcão bem cruel.
- Sim, leitor, aí ele seria mau, muito mau.
- E o diabo?
- O caso dele é o seguinte, observe: Lúcifer (ou Samael como dizem alguns), ao contrário do vulcão, ele foi criado com consciência e é inteligente e poderoso, certo? Ele foi um anjo, era bom, mas decidiu corromper-se. Entretanto, analisando-o apenas do ponto de vista material, ou seja, supondo que ele também não tivesse consciência (assim como o vulcão), veremos que Lúcifer, mesmo após sua expulsão do céu, continuou sendo a mesma coisa que sempre foi, pois a matéria que o forma (seja ela qual for) não mudou quando foi expulso, continuou a mesma coisa, entendes? Assim, materialmente falando, vemos que ele é bom, pois sua matéria ainda é a mesma. Mas, infelizmente, ao contrário do vulcão, sabemos que ele tem consciência, assim, o que mudou nele, de fato, foi sua moral e não sua matéria, estás compreendendo? O problema está na mente dele, possui ela é moralmente corrompida.
- Então você quer dizer que o que existe de fato é o mal moral, é isso? Mas como definir esse tipo de mal se cada um tem sua própria moral?
- O mal moral, questionador leitor, é o mal feito como consequência de uma ação negativa intencional.
- Não sei se entendi direito.
- O mal se refere às ações que corrompem a ordem natural das coisas e estabelecem o caos, são ações que contribuem para a destruição e imperfeição INTENCIONALMENTE.
- Mas essa ideia de mal varia entre as pessoas, não é?
- Será mesmo, leitor? Será que um assassino não sabe que matar é mau? Então por que ele tem medo de ser assassinado? O mesmo vale para o ladrão, conheces algum ladrão que ficaria feliz em ser assaltado?
- Bem, olhando por esse lado...
- Assim, podemos concluir que não existe moralidade ou valores na natureza, ou seja, não existe o bem e o mal, mas apenas o acaso. Na vivência humana, porém, existe o bem e o mal, pois somos responsáveis CONSCIENTEMENTE por nossa própria sobrevivência, nossas ações e respectivas consequências, não dependemos de instinto.
- Hum, então é por isso que existe a moralidade, pois ela na verdade funciona como um controle para não nos destruirmos mutuamente. São apenas regras sociais que facilitam a vida em coletividade, é isso?
- Sim, inteligentíssimo leitor! É isso. O bem e o mal, na verdade, são apenas conceitos lógicos e se aplicam a qualquer cultura e em qualquer tempo, pois mesmo em culturas diferentes, a moral e a ética sempre são parecidas, sejam índios, esquimós, europeus, zulus, japoneses, todos vêem, por exemplo, o assassinato, a inveja, a mentira e etc., como algo mau, compreendes? Existe pouca variação em relação ao conceito de ética, mesmo quando a cultura é diferente, pois a diferença muitas vezes está apenas no modo de aplicar a ética, mas não no conceito, necessariamente.
- E o Fruto Proibido?
- Agora que temos uma ideia do que é bem e mal, fica mais fácil entender o que é o fruto ou o que ele representava.
“Muito bem, leitor! Todos nós sabemos que nunca houve uma maçã, mas apenas um fruto que a Bíblia não diz qual era, diz apenas que ficava na Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal. Pra mim, caro leitor, esse fruto era real, literal, e foi o instrumento usado por Deus para garantir e colocar o livre-arbítrio à prova.”
- Livre-arbítrio à prova? Mas qual era o problema deste fruto, afinal?
- Já estamos chegando lá, ansioso leitor! Calma!
“Existe uma frase que é mais ou menos assim: ‘é bom aprender com os próprios erros, mas o sábio aprende com os erros dos outros’. Essa frase, pra mim, sintetiza toda a simbologia que esse fruto carregava.”
- Hã?
- Explico: imagine uma pessoa que nasceu e foi criada entre marginais, com drogas, sexo e violência diários. Essa pessoa conhece o bem, amigo leitor? Se ela estiver diante do bem, poderá identificá-lo?
- Se nunca viu o bem, então fica difícil para essa pessoa reconhecê-lo, né? Falar sobre bondade, honestidade e amor com alguém assim deve ser complicado.
- Sim, sem dúvida! Se dissermos a ele que amor existe, caridade, honestidade e etc. Ele provavelmente rirá em nossa cara, pois ele terá que experimentar o amor para saber que ele existe, não é? Pois apenas ouvir falar sobre o amor não será suficiente. Agora, pensativo leitor, imaginemos uma situação inversa: e se houver uma pessoa que nasceu em um ambiente totalmente oposto, alguém que viu o bem em toda a plenitude que as pessoas podem expressar, enfim, uma existência pura. Se ele vir o mal, o reconhecerá? Por exemplo, se essa pessoa vir a mentira ou o roubo, ela precisará mentir e roubar para perceber que essas coisas são más?
- Não, claro que não! Ninguém é assim. Qualquer um pode perceber essas coisas apenas observando.
- Exato, percebeste bem, atento leitor. Por isso, podemos concluir que quem apenas conhece o mal tem dificuldade para identificar o bem, pois primeiro precisa vivenciá-lo para comprovar a sua existência. Entretanto, o mesmo não ocorre com quem apenas conheceu o bem, pois ele pode identificar o mal sem, contudo, precisar experimentá-lo.
- Isso é interessante.
- Assim, podemos ver que a pessoa pura tem mais condições de se tornar sábia, pois lhe é mais fácil identificar o bem e o mal. A pessoa perversa, ao contrário do que diz o entendimento popular, tem dificuldades em seu discernimento e, portanto, lhe é mais difícil compreender a realidade e o mundo que a cerca.
- Mas como a pessoa pura pode entender melhor o mundo, Pensador? Pureza e ingenuidade são a mesma coisa, então como alguém ingênuo pode compreender o mundo?
- Não, amigo leitor, pureza e ingenuidade não são sinônimos, pessoa ingênua é o mesmo que pessoa otária. Já viste marginal otário?
- Sim, pior que já.
- Marginal otário é o mesmo que marginal ingênuo, mas ele não é uma boa pessoa e nem é puro.
- É, faz sentido, mas o que isso tem a ver com Adão e Eva?
- Tudo a ver, caro leitor! TUDO a ver!
“Observe: Adão e Eva eram puros, apenas conheciam o bem, não havia o mal neles, por isso, eles não precisavam experimentar o mal para conhecê-lo, estás entendendo? Ou seja, eles NÃO precisavam comer do fruto para obter conhecimento intelectual sobre o bem e o mal. É por isso que o pecado original não pode ter sido o conhecimento.”
- Então, qual era o problema? Por que a tal árvore se chamava Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal, então? O fruto dessa árvore traria algum tipo de conhecimento, não é?
- Como disse, o problema não era o conhecimento intelectual, mas o conhecimento experimental.
- E qual é a diferença?
- Observe: a consequência ao comer era que Adão e Eva estavam abrindo mão de sua pureza, entende?
- Abrindo mão da pureza? Então foi por isso que os religiosos do passado pensaram que o sexo é que era o Pecado Original?
- Sim, leitor, foi por isso, mas o sexo em si, como já vimos, não é sinônimo de impureza, afinal, é através dele que a vida se forma, não é? O verdadeiro problema, na verdade, é que ao comer do Fruto Proibido, o mal passaria a fazer parte de Adão e Eva, ou seja, o mal seria incluído na própria natureza deles, entende? O mal passou a ser o companheiro deles (e nosso). Assim, a percepção que eles tinham da realidade ficou prejudicada, pois o bem deixou de ser pleno neles e, portanto, não poderia mais ser identificado com clareza. É isso que acontece conosco hoje também, por isso, temos essa ilusão de que cada um tem sua própria definição de bem e mal.
“Adão e Eva, leitor, foram criados como humanos perfeitos iguais a Jesus Cristo, pois ele teve uma existência humana perfeita, ou seja, assim como ele, o lado natural do primeiro casal (ou lado primitivo) havia sido anulado, eles não eram dominados por instintos ou limitações típicas de seres imperfeitos, eram como Cristo. Cristo, como sabemos, percebia o mal nas pessoas com imensa facilidade, mas ele mesmo nunca precisou praticar ou experimentar qualquer tipo de mal, ele era puro (mas sem dúvida não era otário). Assim, ao comer do fruto, Adão e Eva passaram a ter o mal em sua própria natureza, ou seja, eles obrigatoriamente também conheceriam o mal pela experiência, porque o mal passou a fazer parte deles (e de nós). Por isso, não teriam apenas o bem em suas vidas, mas o mal também. Assim, sua perfeição original foi prejudicada.”
- Caramba!
- A consequência natural disso é que, tendo o mal em nós, nossa visão do bem se tornou limitada, pois o mal em nós nos impede de compreender o bem de forma plena. Foi por isso que Deus proibiu que comessem do fruto, pois ele queria evitar isso, pois originalmente, a pureza deles já lhes dava a sabedoria necessária, mas infelizmente eles queriam MAIS. Pensaram que seriam iguais a Deus, pois essa foi uma das mentiras da serpente. Mas eles não eram ingênuos, porque se fossem, não conseguiriam perceber que deram “mancada”, mas perceberam muito bem a besteira que fizeram, por isso se esconderam.
“Ingenuidade e pureza, como já foi dito, não são sinônimos.”
- Mas, Pensador, Deus poderia simplesmente ter tirado essa árvore de lá, ai ninguém comeria deste fruto maldito. Por que ele fez isso?
- Aí é que está, perplexo leitor! Temos livre-arbítrio, por isso, temos o DIREITO de escolher o mal se quisermos, por isso a árvore foi posta lá, para que Adão e Eva decidissem por si mesmos o que queriam, voluntariamente. O fruto estava lá para que tivessem o direito de escolha, assim a liberdade estaria garantida. Porém, escolheram mal.
- Pensador, então o Pecado Original foi, nada mais e nada menos, que a eterna insatisfação inconsequente do homem, não é?
- Pois é, sucinto leitor! Como diz o ditado: “quem muito quer, tudo perde”. Entretanto, nós, hoje, podemos fazer a mesma escolha que eles ou não, pois a cada dia decidimos se permanecemos na escolha de Adão ou não, entendes? Mas a mídia (assim como a serpente naqueles dias) quer escolher por nós e nos condenar à imperfeição, querem anular nossa evolução espiritual, pois sabem que podemos voltar a ser como Adão e Eva eram.
- Como eles eram? Não entendi? Refere-se à perfeição deles?
- Sim, a perfeição deles é possível a nós em vida.
- Mas como podemos fazer isso?
- Isso se refere a um detalhe importante referente à evolução espiritual presente no Salmo 82 e João 10.30-35. Mas falaremos sobre isso em outra ocasião.
- Quê, depois?
- Isso mesmo.
- Por quê, Pensador? Se faz parte do assunto, então por que deixar para depois?
- Isso, na verdade é outro assunto, o assunto atual é a queda do homem através do Pecado Original.
- Pisaste na bola, hem Pensador? Pisaste feio, cara! Mas pelo menos diga: é possível ser puro hoje em dia?
- Para alguém se tornar puro, obviamente, precisa de purificação, ou seja, um grande esforço para localizar e retirar o mal de sua vida, mas para tornar isso possível, então precisará internalizar regras, pois precisa da regra para tornar-se como uma criança de novo.
- Como uma criança, como assim?
- A criança ainda não tem o mal dentro de si e é este estado que devemos buscar, pois, como já vimos, para ver e perceber o mal, o mal não pode estar em nós.
- Que regras são essas e como podem ajudar?
- Quando uma criança está crescendo, ela fica curiosa e quer mexer em tudo, não é assim? Inclusive onde é perigoso, como uma tomada, uma faca, um revólver e etc. Por isso, cabe aos pais impor limites para que a criança seja protegida, ou seja, regras são criadas. Essas regras protegem e educam, pois a disciplina também é uma forma de aprendizado, entendes?
- Mais ou menos.
- Observe: como não podemos perceber o mal e nem o bem em sua plenitude, então precisamos de referências para identificá-los, precisamos ser ensinados a percebê-los e entendê-los. Essa é uma das funções da regra.
- Mas que regras são essas, Pensador? Diga de uma vez!
- Essas regras estão contidas nas leis de Deus (e nas leis dos homens também), elas existem apenas para a proteção das pessoas e da sociedade, assim como as regras que os pais impõem. Entretanto, amigo leitor! Em relação à Lei de Deus, existe um diferencial interessante, observe: quando uma criança que foi bem educada cresce e torna-se adulta, as "leis" que seus pais impuseram-lhe ainda valem? Ou seja, ainda é proibido mexer na tomada, em uma faca ou revólver?
- Não, claro que não é.
- Exatamente, por isso, quando uma criança cresce e se torna adulta, ou seja, madura, a maturidade lhe trás um conhecimento bem maior do mundo, de modo que as regras infantis perdem o sentido. As Leis de Deus, leitor, também funcionam assim, sabias? Ou seja, com a maturidade vem a liberdade. Foi isso que Jesus quis dizer quando falou: “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará", João 8.32. O adulto, leitor, conhece a verdade sobre a tomada, por isso, pode ser eletricista se quiser. Isso é liberdade. Concluindo, sendo o corpo nossa parte irracional, cabe ao espírito (possuidor de nossa inteligência) dirigi-lo. Mas se nosso entendimento não for desenvolvido, maduro, então, as consequências serão, obviamente, terríveis. Por isso, existem leis para nossa própria proteção, sobrevivência e instrução. Porém, havendo maturidade, essas leis tornam-se desnecessárias.
“O conhecimento da verdade trás liberdade”.
“Apenas crianças ainda precisam de regras.”
“A pureza que Deus quer de nós é aquela que foi originada na retirada do mal em nós e fixada com nossa maturidade.”
“Por favor, leitor! Quando tiveres um tempinho, leia meu texto sobre mídia.”
É isso.
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