Ócio Contemplativo
Ela provavelmente não sabe de nada. E eu também não e na verdade não posso assegurar se ela sabe ou não. Fica aí, olhando atentamente os dentes serrilhados de cada uma dessas dez chaves, toda mergulhada em alguma agonia existencial que nem percebe o fio de baba rolando pelo meu queixo e caindo no chão. Então ela sorri e o coveiro age em sua bochecha esquerda e eu mergulho na pocinha de saliva a meus pés. Ela provavelmente sabe e finge ser ignota. Ah, eu é que não sei de mais nada; afogado em minha parvoíce contemplativa e afogueado na repentina retribuição da parte dela.