É a Viadagem Chegando

Eita, cadê aquele que todo mundo ainda vê?

Uma boa oportunidade para flertar abertamente e caçar assunto e eu pensando em nada, em ninguém, não tramando, só curtindo o vazio e a lassidão conseqüente de caçadas anteriores.

Esperando ser a caça já que, aparentemente, me transformei nela: partindo do ponto de vista que não me vejo como me vêem, acredito que, sem perceber, troquei de pele e ainda não me olhei mais atentamente no espelho para contemplar a imagem que os outros contemplam.

É um comodismo, talvez. E talvez eu não esteja preparado para arcar com as conseqüências do que pode vir a acontecer caso eu me manifeste como os outros estão esperando.

Uma investida apaixonante que termina em nada ou um risinho abafado de escárnio.

Tô fora! - pelo menos por ora.

Até segunda ordem. Até que a "pele velha" venha e volte a me travestir com a sua loucura, com a sua busca incessante, seu desespero, suas engrenagens tramóientas, seus flertes imaginários, suas expectativas que se transformam em frustrações, suas amarguras, suas ilusões, suas excitações e suas hesitações; com suas quimeras, com seus nojos, com seus repúdios; com seus arrepios e intumescimentos; com sua capacidade de criar e desfazer sorrisos; sim, até que ela volte, ficarei oco, embotado, vazio; evasivo e redundante na esquiva das propostas "vai lá e tenta" e dos acalentadores e alfinetantes "tá fraco, hein?".

Eu hein, tô fora!

Junho de 2010

Rafael P Abreu
Enviado por Rafael P Abreu em 14/03/2011
Código do texto: T2848431
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