Antípoda

O sol refletido em vidros negros; bolinha amarela onipresente. Humilde demônio em combustão. Acariciando estupradores e freiras com seus tentáculos invisíveis. Sol que deixa teus olhos castanhos claros tão mais claros do que já o são. Planeta que sou, dependente do brilho de tais mandalas para manter viva essa camarilha de desejos por você. Planeta esquecido na Galáxia da Má-Sorte trasladando nas memórias de épocas remotas que existia vida em seu solo. Vaguei tanto por este Universo procurando uma Galáxia que meus artelhos meridionais doem lancinantemente enquanto o pólo setentrional se esfumaça no calor do vácuo da incerteza do vazio; diante de um sol falso, prostrei-me. Sol sem calor. Sol sem brilho. Sol sem capacidade de desfribrilar esses organismos que se arrastam dentro de mim, agonizando, sucumbindo à uma morte vagarosa, por etapas; uma Morte cruel. Extinção melíflua que ocorre em teus braços; que escorre de teus braços. Nuvem negra cinza odiosa pestilenta agourenta pedaço de inferno em algodão flutuante flatulante que ofuscou teu maravilhoso brilho. Between each smile there's a tear in your eye.

14/03/2011 - 15h07m

Rafael P Abreu
Enviado por Rafael P Abreu em 14/03/2011
Reeditado em 14/03/2011
Código do texto: T2847572
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