feto de hortelã

parece mel, sublime algodão

vã ternura da visão noturna

que do anil d'encontro ao azul

chão...

absorvem, nessa terra morta

caldo de saci, serve de alimento

as raízes tortas, prevalecem

que tua semente cospe

ao contrario do homem

caótico e selvagem de origem

manifesta psicose, desde o DNA

póstumo ego que percorre

em teus rios

em tuas veias

atrelando-se

ante a placenta de suas unhas, sombrias

que regressa no peito, entre-laça em sua voz

pelas extremidades, escarra...

o tempo, noturno, o tempo

os dias, escuros, os dias

em um contraste púrpuro, minguante riso

a pino, que reflete no vão do uni-verso

que do anil d'encontro ao azul

chão...

parece mel, sublime algodão

nesta terra vivida, agradece

é hortelã, que floresce...

29.9.2006

Fernando Couto.

F Couto
Enviado por F Couto em 14/03/2011
Código do texto: T2847389
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