feto de hortelã
parece mel, sublime algodão
vã ternura da visão noturna
que do anil d'encontro ao azul
chão...
absorvem, nessa terra morta
caldo de saci, serve de alimento
as raízes tortas, prevalecem
que tua semente cospe
ao contrario do homem
caótico e selvagem de origem
manifesta psicose, desde o DNA
póstumo ego que percorre
em teus rios
em tuas veias
atrelando-se
ante a placenta de suas unhas, sombrias
que regressa no peito, entre-laça em sua voz
pelas extremidades, escarra...
o tempo, noturno, o tempo
os dias, escuros, os dias
em um contraste púrpuro, minguante riso
a pino, que reflete no vão do uni-verso
que do anil d'encontro ao azul
chão...
parece mel, sublime algodão
nesta terra vivida, agradece
é hortelã, que floresce...
29.9.2006
Fernando Couto.