ponto e vírgula
poderia eu; me transfigurar
de doce e leve mutação
imagens e vidas no ar
iria eu, nuvens alcançar
se; mutante fosse
através da fechadura á estrela mais alta
teria ela em mãos por finita posse,
ternura ou algodão, refresco ou calmaria
alfa céu - ômega chão, o pai e teu sermão
as faces no fogo e as lagrimas do mar,
seria eu...
mas não posso; dito cujo
orvalhos de fertilidade, clareiam
me contento e se digo, tento...
dói e laça as veias, sapateiam
não queria ser;
pólvora que envolve os corpos
flúor, pólen, chuva ou tangente
caos, madrugadas, insolações ou enxurradas
ponto e virgula...
que florescem, para quem ?
29.10.2006
Fernando Couto.