confiança pérfida
sobre a luz do céu e além, clamo
os dentes em suas bocas, inseri
e com os mesmos, rasgam a carne
vorazmente, minha carne!
foi dada a vida ao nó,
pois minhas mãos sujas de sangue
lutando pela liberdade, o laço eterno
de manhã, as onze horas
de amanhã, em um magnífico palanque
minha alma se estenderá as estrelas,
e além...
em teu pranto havia múltiplas dores, absorvi
eis que teus olhos de falso ventre
tendes a me fitar, com que razão ?
estes olhares tão frios
tua face seca e vã
este sorriso infiel
calando um enxame de olhos, as minhas costas, os gritos de todos eles
lacrimejando celebres e vibrando a chegada do primeiro corvo,
ao ciscar as migalhas de meu corpo falho
que sob as trevas nesta manhã eterna,
dependerá.
10.11.2006 / homenagem a Tiradentes.
Fernando Couto.