confiança pérfida

sobre a luz do céu e além, clamo

os dentes em suas bocas, inseri

e com os mesmos, rasgam a carne

vorazmente, minha carne!

foi dada a vida ao nó,

pois minhas mãos sujas de sangue

lutando pela liberdade, o laço eterno

de manhã, as onze horas

de amanhã, em um magnífico palanque

minha alma se estenderá as estrelas,

e além...

em teu pranto havia múltiplas dores, absorvi

eis que teus olhos de falso ventre

tendes a me fitar, com que razão ?

estes olhares tão frios

tua face seca e vã

este sorriso infiel

calando um enxame de olhos, as minhas costas, os gritos de todos eles

lacrimejando celebres e vibrando a chegada do primeiro corvo,

ao ciscar as migalhas de meu corpo falho

que sob as trevas nesta manhã eterna,

dependerá.

10.11.2006 / homenagem a Tiradentes.

Fernando Couto.

F Couto
Enviado por F Couto em 14/03/2011
Código do texto: T2847357
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