A água e a chuva

CHUVA

Umas vezes cai em gotas de mansinho,

Sobre a terra a quem traz riqueza,

Outras, torrencial, faz levar caminho,

Ao que o homem fez ou criou a Natureza.

Pode, em forma de granizo miudinho,

Aparecer aqui e além de surpresa,

Ou ainda em flocos cor de arminho,

Pousar na terra, delicada e com leveza.

Rega a terra tornando-a produtiva,

Para que o homem, através dela viva,

E colha os seus frutos como presente.

É a chuva que faz crescer as nascentes,

Aumenta o volume das correntes,

E sacia a sede a toda a gente.

ÁGUA

A água não nasce, circula continuamente,

Livre, neste planeta de que é rainha,

E só há vida onde ela está presente,

Pois sem ela tudo esmorece e definha.

Aqui destas bicas, jorra docemente,

Alheia ao homem que a espezinha,

Feita eterna peregrina da corrente,

Rumo ao mar para onde se encaminha.

Ali, umas vezes mansa outras turbulenta,

As altivas ondas contra a terra aventa,

E em espuma se desfaz e esmorece.

Então, feita em vapor sobe ás alturas,

E quando as nuvens já estão maduras,

Cai de novo sobre a terra que enriquece.

Alberto Carvalheiras
Enviado por Alberto Carvalheiras em 07/11/2006
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