A água e a chuva
CHUVA
Umas vezes cai em gotas de mansinho,
Sobre a terra a quem traz riqueza,
Outras, torrencial, faz levar caminho,
Ao que o homem fez ou criou a Natureza.
Pode, em forma de granizo miudinho,
Aparecer aqui e além de surpresa,
Ou ainda em flocos cor de arminho,
Pousar na terra, delicada e com leveza.
Rega a terra tornando-a produtiva,
Para que o homem, através dela viva,
E colha os seus frutos como presente.
É a chuva que faz crescer as nascentes,
Aumenta o volume das correntes,
E sacia a sede a toda a gente.
ÁGUA
A água não nasce, circula continuamente,
Livre, neste planeta de que é rainha,
E só há vida onde ela está presente,
Pois sem ela tudo esmorece e definha.
Aqui destas bicas, jorra docemente,
Alheia ao homem que a espezinha,
Feita eterna peregrina da corrente,
Rumo ao mar para onde se encaminha.
Ali, umas vezes mansa outras turbulenta,
As altivas ondas contra a terra aventa,
E em espuma se desfaz e esmorece.
Então, feita em vapor sobe ás alturas,
E quando as nuvens já estão maduras,
Cai de novo sobre a terra que enriquece.