Goodbye Horses

Li certo dia que em alguma filosofia oriental (que não sei o nome) uma estrela (de cinco pontas, no caso) detém em cada ponta um sentido (olfato, tato, visão, audição e paladar). Cada ponta é chamada de "horse". Estou no estado do Goodbye Horses. É quando a sua compreensão está além dos cinco sentidos. É quando uma força maior que eles assume as rédeas. É quando você vê além. Ouve além. Clarividência? Chega perto.

Você ouve o coração. Lê as entrelinhas das ondas cerebrais. O passaporte para essa viagem é apenas olhar no olho. E sentir. Você dá adeus aos Horses quando isso acontece. Você transcende.

É quando uma pessoa está indecisa, não entendendo aos próprios anseios e você a entende, e, pior: explica minuciosamente o que acontece com ela.

Normalmente é a pessoa que você tem uma espécie de "comunhão de alma". Você deu a sua pra ela. E quer a dela. Uma troca?

Não precisa ter orgulho de mim. Nem dó. Nem precisa usar de sarcasmo. Eu aceito no máximo o ceticismo. Natural. Digo isso por que quando alguém está no Goodbye Horses passou por fortes emoções (leia-se "maus bocados) e conseguiu deixar esse plano da dimensão que nos condiciona a viver movidos por algum sentimento e vê, ouve, sente e percebe além.

Um adiantamento de futuros contratempos no presente. Sente-se a dor agora, para no futuro ela não nos tirar o "bom-senso dimensional" das coisas. Estabelece um eqüilibrio. Te prepara, prepara o terreno para uma futura tempestade, para uma bonanza menos dolorosa no porvir.

É um vício! É como fumar sabendo que o câncer está na frente, te acenando. "Oi, vem, vamos acabar com isso logo, no final, vai ser rápido, com menos dor, quando a sua defesa, sua imunidade está maior, melhor, sua guarda está levantada, hein, vamos, pra quê deixar pra depois, pra quê esperar? Pra se arrepender depois?".

O Amor.

Não existe amor sem hesitação!

A Dor.

A Dor é o que mais nos aproxima da nossa alma?

Não!

A dor é quando a nossa alma se contorce em nosso corpo querendo deixá-lo pelas injustiças que lhe são infligidas por outrem.

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Dezembro de 2008