Que amor?
Que amor?
Mª Gomes de Almeida
Viver, conviver, sobrevier.
Já nem sei qual é o mais difícil. Nem tampouco qual é o possível.
Mas sei que tenho tentando com todas as minhas forças.
E descobrir que estou sozinha.
Sinto-me só. Embora dividindo o mesmo teto com alguém que diz ser meu companheiro.
Pouco conversamos, e quando tentamos nos agredimos com palavras que machucam mais que qualquer outra coisa.
No decorrer da semana, me divido entre as atividades domésticas e meu trabalho como professora.
Ele também trabalha fora, num vai-e-vem frenético e quando em casa está, atende incontáveis vezes o celular, para resolver problemas do trabalho.
Enquanto isso eu pacientemente espero... e tento...
Nossos fins de semana: ele com a Embratel , filmes de ação.
Uma das mãos segura sua “cervejinha” a outra com o cigarro e o controle remoto.
E segue a rotina do fim de semana: sexta a noite, sábado durante todo o dia , domingo de ressaca. Enquanto isso eu espero...
Aquele cheiro horrível , dessa mistura insuportável em minha cama lá pelas 4 da manhã, parece já está impregnado no seu corpo e na minha memória olfativa que mesmo quando não bebe e não fuma já o sinto de longe.
Enquanto isso eu espero...
Quando não se embriaga vai ao estádio. Apenas “tchau não demoro” um selinho pra desencargo de consciência.
Se reclamo. Estressa-se!
E argumenta: _“Ah meus Deus agora não posso mais ver o jogo!”
_“Ah meu Deus será que não posso tomar minha cervejinha nem em casa mais?”
A mim resta calar. Esperar e tentar viver, conviver e às vezes sobreviver solitária e como que refém dele ou talvez de mim mesma, da minha covardia em jogar tudo pro alto e de fato viver sozinha e feliz.
Agora, até o supermercado deve ser divido entre nós dois.
Pois é, dividimos tudo. E aqui, e neste caso não conseguimos somar no amor e sim no conformismo que me consome. Na minha solidão que me sufoca.
Ai que saudades de mim!
Que saudades de um amor que fortalece, que troca carinho, que faz bem...
Que saudade!!!