Quero ser um livro aberto...

Às vezes quando escrevo me sinto completamente nu.

Minha nudez é revelada em que ao ler minhas palavras o leitor lê também a minha alma, o meu coração.

Acho que o coração não é algo a ser julgado, é algo a ser sentido, compartilhado. Porém prossigo em despir-me com minhas palavras e a cada sílaba lanço fora o pudor.

Pudor é o sentimento que nos faz ver que somos muito mais do que o nosso corpo.

Quando nos despimos diante de alguém queremos ser especiais. Queremos crer que aquele que nos olha enxergar muito mais do que nosso corpo.

Queremos ser amados por aquilo que somos. Aquilo que somos no mais íntimo.

Nesta busca por ser amado descobri que somos seres infinitos, seres eternos.

Nosso “eu” não se resume a esta mera existência, nosso ser não se resume a este corpo mutável.

Por isso prossigo a despir-me diante dos que lêem, na esperança de ser amado por aquilo que sou. Quem realmente sou.

Um dia me encontrarei com aquele que é o Senhor das letras e Ele me dirá sorrindo: “Você estava certo! Você sempre foi mais quem um mero corpo mortal!”

“Entre no descanso do teu Senhor!”

Lúcio Salustiano
Enviado por Lúcio Salustiano em 11/03/2011
Reeditado em 14/03/2011
Código do texto: T2841189
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