21:27 - Quinta feira
Quinta feira, mormaço de março
Tem algo aqui me corroendo por dentro
Falta do que não existe
Medo do que não temo,
Faltavam trinta e dois minutos, eu fechei os olhos e esperei
Caminhei pela rua vazia e oblíqua
Ando largando copos meio-cheios pelos balcões
Perfume sutil, amigos imaginários
E são só seus dezenove anos
Crianças e parques de diversão no domingo passado
Andei de trem durante toda a madrugada
Desespero, palpitações
Contando moedas e respirando toda essa poluição, esse desagrado, inveja e futilidade
Busco encontrar beleza nos corações, mas são tentativas frustradas
Paraliso, observo e choro.
Por um dia poderia ser diferente; sem mentira e sem coisas forçadas
Sem me camuflar.
Esqueci de me ajoelhar na noite passada, minhas orações estão passando tão longe. Remorso
Amanhã durante o dia, antes das sete, já terei vivido metade do meu dia, e não terei me renovado em nada...
Perdida tentando encontrar respostar em todo esse braile escrito na minha mente.
Força; procuro-a em cada esquina por essa noite estranha, não é mais uma frustração, já me acostumei em ter coisas despedaçadas.
Prossigo e tento realizar todos esses sonhos infindáveis a cada dia.