Memories

Às vezes topamos com pessoas. Pedimos desculpas e licença e seguimos nosso caminho. A maioria é esquecida. Algumas sempre surgem à memória quando menos se espera; quando menos se acha que ela voltará a aparecer no cinema imaginário. São seres peculiares. Cultura diferenciada, presença impregnante, voz apaixonante, histórias emocionantes. Enriquecem a alma com a sua existência - mesmo que breve na nossa própria existência. Hoje eu me lembrei de uma pessoa assim; que entrou na minha vida aos tropeções e sua esbarrada foi tão forte que caí no chão e demorei meses para levantar; e enquanto estava no chão a vi partir, desaparecer; só contemplei suas costas a me ignorar, sua mão recusando-se a segurar a minha e me acolher. Se eu guardo rancor por isso? Nunca! Foi uma experiência maravilhosa pra mim. Aprendi muito, muito mesmo. Que tem coisas que são - na falta de explicação melhor - maquinadas pelos Cosmos e parece ser irreversível o nosso encontro com elas. Aprendi que a nossa capacidade de amar às vezes se embrutece e cai no hiato, mas pode florescer de uma hora para a outra. Quando menos se espera. Sim, florescer de uma hora para a outra, quando menos se espera. E essa flor é o foco e o cinza frio fica em segundo plano, desfocado. Como na foto.

E se eu for o primeiro a prever e poder desistir do que for dar errado?

Los Hermanos - O Velho e o Moço

25/07/2010

Rafael P Abreu
Enviado por Rafael P Abreu em 07/03/2011
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