Esperança e outros (des)pedaços

Ainda não posso dispor de uma terapia, portanto me utilizo desta página pra liberar o que definitivamente não pode permanecer aqui dentro. Já faz tempo que venho me esgotando, perdendo a paciência com muitas coisas que não deveriam despertar essa falta. O vazio é tão grande, que nada mais é capaz de preencher, nem mesmo a peça exata. Eu tento, juro que tento, não me importar, esquecer, não enxergar, mas está tudo tão visível pra mim... Tão aqui, bem na minha frente! Antes não estivesse. A falta ainda seria a mesma, porém sem sofrimento Ouso dizer que a felicidade alheia vem me causando repulsa, disfarçada de inveja. Normalmente quando vejo as pessoas felizes, me sinto bem. Sei que tenho tudo para também o ser, mas de uns tempos pra cá parece que meus pés se fixam no chão sem conseguir completar o próximo passo com sucesso. O que mais me trás desgosto é ver pessoas ao meu redor sofrendo por motivos diminutos, e ao mesmo tempo me pergunto: qual o tamanho de meus motivos? Por que tudo tem de ser desta forma? Planejado deste jeito; pensado minimamente para acontecer assim? É nojento. Não faz sentido. Ainda assim, grandes ou não, os motivos existem. Os seus, os meus, os nossos. Ah, palavras... Queria que nosso fizesse parte da minha vida um pouco mais. Porém, o que ainda prevalece são os seus e os meus, ditos com cega convicção. Há quem diga que nem tudo acontece como queremos. Concordo, mas me parece que as palavras "nem tudo" eclipsam o "quase nada". Exagero? Talvez, mas quando eu puder sentir uma alma vagando ao lado da minha, conjunta, sendo nossa, aí poderei ser mais feliz, assim como qualquer conjunto em harmonia. Antes, porém, mãos à obra. Temos muito a fazer aqui. Temos sim, Eu e Vocês.

Jeff Pavanin
Enviado por Jeff Pavanin em 26/02/2011
Código do texto: T2816539