Reencarnação!?Muita calma nessa hora.
Há mundos
Contestando o reducionismo
Da forma única de semelhança.
Há vidas deletando o vazio
Fazendo suas danças.
Há revolução
Corrigindo velhos registros
Na presença de novos indícios.
Há liberdade consciente tomando rédeas
Sem fazer da vida uma peça de teatro
Com desfecho na tragédia.
Há calabouço vencido
Masmorra destruída
E flores brotando
Nesse lugar esquecido.
Há luz que clareia cárceres
Livrando o sombrio
Tirando da pele o arrepio
Sem o sangue dos mártires.
Há um Deus verdadeiro
Que não exige que nos curvemos
Que vence opressor
Com o luzeiro do amor.
Há vozes sem mera repetição
Esquecendo ecos silenciosos
Que prendiam a respiração.
Há o milagre poético
Destruindo o pensamento cético
De quem acreditava mais
Estar pagando erros passados
Peso do reencarnado.
Há libertação do que foi omitido
Não aceitando ser maltratado
Por erros que nem sabe ter cometido.
Há mais que divina encomenda
Que tenta destruir
Nosso maior princípio
A responsabilidade do livre arbítrio.
Há quebra da omissão
Aceita por tantos
Já que é mais fácil a covardia
Que encarar as lutas do dia-a-dia.
Há até quem acredite que foi rei
Os que aceitam ter sido vassalos
Sem dispor da própria pessoa
Dando poder a tiranos
Nesse resgatar sem fim
Que dizem ser o melhor pra mim.
Há quem afirme não haver poder
Que possa mudar essa hierarquia
Que o caos viria dando força a anarquia.
E vive sem perceber
Que o que comanda é a sujeição
Dessa eterna maldição.
Como se o sangue do cordeiro
Ainda não fosse por nós derramado
Enchendo de verde o prado
Cobrindo-nos com o céu estrelado
O canto de pássaros desengaiolados
A certeza de sermos todos filhos amados.
Há os que acreditam ser deuses
Baseando-se em seus antigos reinados
E outros aceitando eterna condenação
Nesse ciclo interminável
Que aqui chamamos reencarnação.
Sem preciso usar mais o...Há!?
Deste destino estabelecido
De quem já foi
Ou deve ser vencido.
Prefiro a leveza da ressurreição
Mesmo parecendo ser um peso
A crucificação.
O corpo sendo levado
Pelos braços da LUZ.
A cruz que trago no peito
Sem vergonha de dizer
Do qual pó ...fui feito.