O Magro Demais
Nasceu um menino
Era muito magricela
E a mãe chorava sem paz
Chamou-o "Magro Demais"
O nome feio pegou
E o magro não engordou
Mantendo assim
Seu posto pessoal
O Magro era o tal
O cara mais esperto
Não podia ter por perto
Nenhum carro muito novo
Porque Magro era do povo
E levava o carro embora.
Até na hora
Da missa de domingo
Magro roubava no bingo
Que a veiarada fazia.
Magro não tinha piedade
Revirava a cidade
Atrás de dinheiro vivo.
Magro agora era bandido.
Sua mãe tão desgostosa
Já nem mais tocava prosa
Com a tia Josefina
Pois nos tempos de menina
Iam juntas pra escola.
Mas agora Magro Demais
Tinha acabado com a paz
De sua mãezinha carola.
Magro agora tava em jornal
E se dizia ser o maioral
Por toda aquela redondeza
Magro ria da polícia
Pois não tinha esperteza
Magro era idiossincrático
E também muito simpático
Conquistando a malandragem
Até que um dia na garagem
Magro Demais ficou incapaz
Com um tiro na bagagem
E não morreu por um triz
Mas ficou a cicatriz.
Agora é "Magro Demais dos Sinais".