Obrigado por tudo

Um mil, novecentos e oitenta e quatro, mais precisamente no dia primeiro de fevereiro, ingressei nesta Egrégia Corte, para fazer parte da grande família que a faz crescer cada vez mais. Dei meus primeiros passos limpando os ambientes, para que os colegas mais graduados se sentissem a vontade ao desenvolver suas tarefas diárias. Isso durou pouco mais de um ano, pois ao receber uma promoção, tive o privilégio de ser lotado na Sexta Junta de Conciliação e julgamento, onde o Comandante Supremo, o até então Juiz Braz Henriques de Oliveira teve a amarga incumbência de polir tão rústica pedra, hoje, agradecido por ter me tornado um pouco menos amargo, e porque não dizer, por vezes até querido.

Vinte e sete anos depois de ter passado pela companhia de inúmeros colegas de trabalho, mas tendo sempre o mesmo comandante, agora então, Desembargador, me é chegada a hora de mudar de ares, de conhecer as manias de outros colegas, tenho a amarga missão de comunicar aos atuais, que não posso de agora em diante compartilhar mais com eles do mesmo recinto, dividindo alegrias e frustrações, sentimentos estes, considerados combustível principal numa relação de trabalho.

Mesmo sabendo não ser muito querido, doí, doí porque numa relação entre tapas e beijos, sempre prevalece o beijo, elemento primeiro na busca da paz. Sei que não é um adeus definitivo, mas é um adeus forçado onde a dor é por certo aumentada. Amo vocês, do meu jeito é claro, mas amo.

Farei o possível para não ficar muito longe, e se um dia a saudade bater, liga-me ou visite-me, prometo que o abraço será o mesmo, sem segundas intenções e cheio de ternura e muito carinho.

Já com saudades,

Changcheng.

ChangCheng
Enviado por ChangCheng em 24/02/2011
Reeditado em 17/05/2011
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