Bem depois....
Não agora, bem, nem amanhã. Depois de algum tempo. Um longo e proveitoso tempo de ausências e reflexões, de presentes e futuros e de jamais passados. Depois de passado este tempo, será tão somente uma dorzinha constante no último dente, um tipo de ferida insicatrizável - vóluvel, mas não ardida -.
É o que espero pra mim, que todos os significados, desde os mais pequenos até os símbolos mais elaborados, sejam esquecidos e perdidos. Todos. Sem que sobre nenhum deles. Nem uma música - já que são apenas músicas -. Quero despir-me de toda a história que me fez sempre voltar e esperar que voltasse. Apenas desejo, com toda a força de um coração que se parte por ele mesmo, que os anos se transformem na lembrança fraca de um dia bem longe. Que desapareçam estes anos, o primeiro, o segundo, o terceiro e todos os demais anos que viriam. Que desapareçam como desapareceram pouco a pouco as esperançazinhas que eu tinha de ser somente feliz com a pessoa que eu amava. Que sumam, como sumiram as minhas ingenuidades de primeira vez.
Não preciso mais destes anos... apenas preciso do futuro. Um futuro sem nenhuma esperança, sem espectativas, sem confiar em ninguém... Nem mesmo em quem eu mais amei nesta e em todas as vidas que eu criei.
Hoje meu coração está partido, como, me lembro, já esteve uma vez. Porém sem o desejo de acreditar e esperar da primeira.
Possíveis interpretações que possam identidicar hipocrisia neste desabafo, tenham em mente as palavras proferidas, as coisas que foram ditas.
E por fim, que esta minha história, sem nenhuma espécie de final feliz, sirva de manual para felicidade alheia. Que colham as sementes que eu plantei e cultivei segundo as instruções do solo. Porque hoje... hoje eu vou embora!