LEIS GERAIS EM HISTÓRIA II
Analisando a concepção do pensador canadense Willian Dray quando se refere ao campo da investigação da história, este traz um novo método de explicação da história por meio de conceitos que servem para descrever os fatos ocorridos de forma explanatória e objetiva. Sendo assim, Dray ao descrever que os fatos históricos que necessitam por natureza e de maneira satisfatória explicações para os questionamentos que são levantados, deixa assim claro que através de descrições feitas por meios de conceitos pode-se chegar a estas explicações. Segundo Dray o historiador tem como meta descrever que aconteceu em tal época ou em certa ocasião, e não em se ocupar em explicar “por que ou como” aconteceu tal fato, o que desta maneira gerariam assim uma gama de especulações e hipóteses em tais métodos de explicação.
Na ocasião Dray faz uma referência crítica e também taxativa ao artigo de Carl Hempel quando trata de leis gerais, o que Dray irá agora denominar de “modelo de leis globais”. Neste caso a defesa hempeliana do modelo de classificação das leis, contrapõe-se as idéias de Dray que distinguem as explicações em termos de leis das explicações em “termos” de conceitos. Esta distinção dá-se pelo fato de que Hempel através do modelo de leis gerais trabalha com a análise de causa e efeito, onde consequentemente desenvolve a previsão dos eventos futuros que são subordinados a esta lei geral. Já William Dray fez a substituição do termo “por que” e “como” que são usados por estes historiadores por “o quê”, quando com isto trará uma descrição mais objetiva e menos complexa dos acontecimentos históricos. Segundo este autor, os eventos não necessitam de explicações generalizadas e sem conceitos explicativos que satisfaçam aos questionamentos propostos. Ainda que o termo “quê” exija explicações minuciosas de fatos passados, Dray diz que os conceitos que são expressos ou usados para descrever um dado evento não necessitam serem reduzidas as leis gerais, ou seja, não será necessário usar uma série de eventos com dadas leis gerais para assim chegar a uma explicação satisfatória.
Desta forma pode-se concluir que a base do pensamento de William Dray está focada na problematicidade explicativa dos eventos que segundo ele, o modo correto de tais eventos serem esclarecidos é aplicando o termo “o quê”. Posto que desta forma traga uma descrição objetiva e clara do que ocorreu, o que na sua concepção é o problema central do historiador, isto é, a descrição dos eventos conforme ocorreram.
PEDRO ANDRÉ PIRES DE ALMEIDA