Negação da negação.

Era uma vez...

Um dia que aconteceu como em um sonho, uma voz da consciência que se abria para nunca mais calar. Então calou, e inesperadamente, e subitamente, todos a sua volta desacreditaram, e exclamavam:

“Não é possível!” E havia nessa história uma criança, que gritava.

E o rapaz, sem palavras para o fato, chorava, e a dor era insuportável, tamanha que diante tantos sentimentos, nem conseguia enxergar o que era mais prudente.

De repente se entra em um labirinto e quando se acha que está chegando em um lugar, descobre que a saída era o caminho totalmente oposto. E perdido nesse labirinto, uma voz não queria calar.

Tal não queria saber. Era demais pensar em algo que estivesse além do seu próprio umbigo. E fingindo não saber o que sabia, e saber o que não sabia, não apenas se absteve, como fez questão de expandir grotescamente, como de costume a cena.

Com a fuga pela genialidade, não podia olhar para seu próprio reflexo, e enxergar tudo aquilo que agora estava claro, porém obscuro, e nunca havia sido imaginado.

O medo de se enfrentar seria tão grande que passava batido. Seria melhor esquecer o inesquecível, e se abster do esquecimento.

Usando-se de sentimentos e manipulando a intensidade jogou para depois uma atitude que já era para ter tomado há muito tempo, e naquele momento mais do que nunca.

Porém as máscaras são cruéis. E tendo habilidade com as mesmas, entrou num circulo vicioso de estratégias que com certeza dariam certo, e nunca vão dar.

Simplesmente porque o bem vence o mal, e a coragem vence o medo. Simplesmente porque independente do tamanho do labirinto, quem é forte encontra a saída, e a mãe prometia para a criança, nunca usar máscaras.

No caminhar das voltas e voltas que o labirinto dava, dentre dez, nove eram de ilusão, e apenas um chegaria ao lugar certo. Mas cada vez que se dava um passo no caminho certo, os outros nove caminhos tentavam levar novamente para trás.

Portanto, sem olhar para trás, com sim levando a não e não levando a sim, era possível enxergar cada vez com maior clareza, a obscuridade do caminho que havia sido trilhado se julgando sobre a luz, e as fantasias criadas sobre falsas imagens, que nada condiziam com a real que se foi deparada como que por um instante, que poderia ser evitado, mas não foi pela razão de existir, antes cedo do que tarde, e antes tarde do que nunca.

E dentre sentimentos e sensações que levavam de um caminho para outro, estava o céu e a terra, a pureza e a matéria, a vida e a morte, a beleza e a mediocridade.

E, pois que tudo era em vão e toda verdade era mentira, o que seria?

Mas um dia seria mais fácil, dormir para acordar, e acordar para dormir... E os sonhos se elaboravam.

E o amor existia no rapaz, independentemente de qualquer carapuça que tentasse vestir outrem e da reciprocidade.

E caminhando através das fases da morte, negação, tristeza, barganha, raiva, aceitação e decolagem seriam possíveis decolar, ainda que da falsa luz para um falso escuro verdadeiramente iluminado, porém a luz do coração era forte, muito mais forte do que qualquer outra.

E Deus guiava o caminho, rumo a sabe-se lá onde, e sabe-se lá por que, e sabe-se lá por quanto tempo, porém não se corrompendo.

Angelo Vintecinco
Enviado por Angelo Vintecinco em 19/02/2011
Código do texto: T2802604
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