Intensa ao extremo

Somente descobri quem sou, quando me dei conta de que não poderia me definir. Porque o que mais me descreve é a inconstância. Minhas opiniões mutantes são ágeis demais. Não consigo, não posso estagnar. O constante me remete ao que é chato. Gosto de ser diversificada e elaborar minhas próprias teses sobre tudo e o resto do mundo, as reflexões me trazem uma felicidade inexplicável de existir. Minhas extremidades não possuem limitações, minhas fronteiras não existem. Meus pensamentos atrapalham-me porque carregam consigo um “s”, indicando que são plurais, variados e turbulentos. Difícil é entender-me, pior ainda compreender-me, porque até o momento nem eu mesma fui capaz de tal ação. Conjugo o verbo mudar, porque este faz parte do meu ser: Mudei, mudo, mudarei... E em volta de minha própria órbita rodopio interminavelmente. Por isso não há com o que se surpreender. Meus extremos não chegaram ao fim. Essa pluralidade de viver é meu fascínio. E por esse motivo, quase nunca pertenço á uma só atividade, em questão de segundos habito outros lugares com meus pensamentos. Viajo longe, me disperso... Dissipo-me em atmosfera. Preencho-me de hipérboles e paradoxos. Este é o meu ser, vivendo intensamente e buscando respostas... É o que me torna viva... E se é pra viver nessa intensidade, que os sentimentos e as emoções se tripliquem... Que os risos não parem, porque rio de meus deslizes, de minhas atrapalhações e quase tudo que me cerca, porque a vida simplesmente não passa de uma comédia.

Tatiana Espíndola
Enviado por Tatiana Espíndola em 18/02/2011
Reeditado em 14/06/2011
Código do texto: T2800788
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