HOMEM BICHO? OU BICHO HOMEM?

A selva de pedra está mais feroz,

“Animais racionais"

Perderam o juízo de vez,

O diálogo transformou-se em

Código saído de calibres tais,

Que nem os velhinhos, nem crianças,

Nem qualquer pobre mortal

Tem vez.

Polícia que é bandido,

Bandido assumindo a política,

A situação é tão crítica,

Que ninguém mais acredita

Em algo melhor,

A inocência da criança já foi descartada,

A começar pelo batom, sombra,

Que meninas ainda andam usando,

Tomando forma de uma mídia infernal

Que leva a família com todos os seus valores

À busca louca do dinheiro,

Não importa os meios,

Importa é ter,

O “ser” já era,

Coisa da idade da pedra,

Importa mais o que eu mostro

Do que o que sou,

Tenho que ter tudo em cima

Como manda o figurino,

Não importa meu interior,

Emocionalmente posso está um caco,

Mas por fora, o saco pode

Está bordado de ouro,

Aí ninguém vai perceber

O conteúdo, a embalagem

Hoje em dia fala mais alto,

Quando se trata de ganhar dinheiro então,

Vale matar pai, mãe, mulher, marido, patrão,

O que aparecer na frente como obstáculo,

Vai no fiasco,

E a selva de pedra assim vai crescendo,

Tomando forma que até ela mesma

Desaprova,

O imundo se assusta com a podridão,

Eis a questão,

O que fazer?

Em quem confiar?

É melhor deixar tudo isso de lado e

Assistir um bom programa,

Ai meu Deus o que falei,

O que tem na TV que vale a pena?

É tanta coisa ruim em cena,

Que é melhor dormir,

Dormir?

Com todo o barulho desse povo?

Meu Deus, prá onde corro?

Socorro!!!

Será que morar no mato é melhor?

Ouvi dizer que já se foi o tempo

De dormir com a janela aberta,

Com a porta encostada,

A cabeça leve, totalmente despreocupada,

Isso foi há muito tempo,

Como as pessoas da cidade grande,

As do sítio estão vivendo em pânico,

Pobre roubando pobre,

Quem der mole, morre,

Às vezes finjo que não li e não vi certas

Coisas para continuar a viver,

Será que é mais feliz quem não sabe ler?

Como? Se ele escuta?

Parece que por aqui não tem jeito não,

Aqui no fim do mundo,

Ou lá prá o meu sertão,

Não tem como se proteger,

Se abrigar, se defender,

Se não for pela Mão de Deus,

Os dias são maus,

As pessoas caminham na ambição,

Com olhos arregalados

Querendo ver o que tem o irmão

Para poder tirar vantagem,

É o mundo da malandragem,

Ninguém tem valor,

Não é respeitado,

Tudo se resolve no tiro

Esquecendo que esse mundo

É roda que gira,

O tiro que se dá hoje,

É o tiro que se leva amanhã,

E tantos levam tiros inocentemente,

Breve quem sabe irão matar é nos dentes,

Como animais mesmo,

A selva não está fácil,

Nunca esteve,

O homem se deixar,

Vira bicho,

E como lixo,

Vai devorar a si mesmo.

* Muitas vezes é preciso embaralhar as palavras quando essas se tornam pesadas demais, se fosse para escrever o que vem, eu nem iria ler, é tão forte que fica um desabafo pela metade. Sei que existe muita gente boa ainda, graças a Deus, políticos, polícias que podemos confiar, só que a maioria está apodrecendo, é preciso até tapar o nariz, não mais os olhos diante do odor fétido da falta de valores que o ser humano está perdendo. Perdoe-me Recantistas, é um "simples" desabafo, e pela metade. :(