Da Minha Esperteza
 
Sou uma gata debruçada no deserto da minha sagacidade. Observando que um dia vem atrás do outro. Não tenho pressa de viver minha idade. Lambo minhas patas no meu silêncio absorto. Cuido de um pequeno tesouro inestimável. Ao lado de uma esfinge nascida da areia. Diante de uma pirâmide insondável. Aguardo as lunações até chegar a Lua cheia. É quando percorro as margens de um oásis. Matando a sede da esperteza do meu instinto. Que ilumina a cor dos meus olhos sob a íris. Protegendo as sete vidas daquilo que pressinto. Onde a morte esperta vagueia buscando por um instante. Para alimentar a terra com mais uma decomposição. Perde a vida mais rápido quem é muito falante. Porque não ouve a voz que sai do coração.




*imagem do google