Máquina de futuro

Raiei … enfim começo

Ao som das canções que tanto adoro

Sentei , girando o meu mundo

Estou precisando conversar

Mandei , e tive voz

Num coro incerto que sempre penso ser comigo

Tão chato , tão trágico

Primeiro me envaideço por saber cantar também

Mas logo fico triste , já não gosto de cantar

Mal saio sozinho , encontro o desconforto

Sentado na esquina , com a coisa toda feita

Esperei um pouco , e por pouco não perdi tudo

Expostas todas as minhas conquistas

Pra quem me olha , sem dar valor algum

Pagar por solidão ?

É de fazer rir qualquer um

A verdade custa caro

Compartilhá-la , mais ainda

Agora , fora tudo aquilo que não conto

E tudo quanto quero , mas não sinto

Melhor seria me procurar nas cartas

Endereçadas a quem disse se importar

Me resgatar …

O homem , enfim , espelho de seus atos

Sofre pra agradar , e por não agradar

A máquina de fazer futuro bom

Penteia o corpo , o ego

E a alma cai .

Daniel Sena Pires – Máquina de futuro (07/02/2011)