Solidão acompanhada
Pelas ruas indo e vindo
Rostos e corpos se cruzam
Nos bancos das praças
Olham e nem se tocam
Ninguém se vê
Ninguém sabe ou quer saber
Apressados
Do mal ou do bem
Seguem tangendo
Problemas que não dividem
Porque não há com quem
Não olham o por do sol
Que trará um outro dia
E pelas ruas da cidade
Pelos becos pelos bares
Na solidão de seus “eus”
Seus passos reféns
Não deixam que achem a luz
Não sentem o calor do sol
A chuva
As flores os passarinhos
Ninguém mais se detém
Para dar as mãos
Um carinho um afago
Ao ser que vai a passar
Àquele que nem damos conta
Está tão só quanto nós
E nesta ciranda da vida
Neste vai e vem
Pelas ruas pelos becos
Nas praças
Há tanta solidão
Porque hoje cada um
E cada qual vive dia após dia
Recluso de si mesmo
Junto á multidão.