Solidão acompanhada

Pelas ruas indo e vindo

Rostos e corpos se cruzam

Nos bancos das praças

Olham e nem se tocam

Ninguém se vê

Ninguém sabe ou quer saber

Apressados

Do mal ou do bem

Seguem tangendo

Problemas que não dividem

Porque não há com quem

Não olham o por do sol

Que trará um outro dia

E pelas ruas da cidade

Pelos becos pelos bares

Na solidão de seus “eus”

Seus passos reféns

Não deixam que achem a luz

Não sentem o calor do sol

A chuva

As flores os passarinhos

Ninguém mais se detém

Para dar as mãos

Um carinho um afago

Ao ser que vai a passar

Àquele que nem damos conta

Está tão só quanto nós

E nesta ciranda da vida

Neste vai e vem

Pelas ruas pelos becos

Nas praças

Há tanta solidão

Porque hoje cada um

E cada qual vive dia após dia

Recluso de si mesmo

Junto á multidão.

Paula Castanheira
Enviado por Paula Castanheira em 12/02/2011
Reeditado em 12/02/2011
Código do texto: T2787722