Amor pelos fragmentos concretos da memória
Apesar de minhas escritas por vezes um pouco melancólicas ou críticas demais, que marcam o meu real descontentamento com as injustiças desse mundo, não tenho sequer alguma reclamação particular, por isso me importo e sinto em minha pele, a dor daqueles que não possuem essa mesma alegria.
No momento imagino-me sentada em um charmoso banco qualquer e meus olhos encontram à frente, a visão que mais me agrada e acalenta, a sinestesia mais adorável, as cores, o ar puro, os sons, os cheiros que somente os pássaros e as árvores me trazem. Neste momento de profundo e sincero agradecimento, recordo-me de inúmeras cousas. A nostalgia reina em mim, como de costume e assim revivo esse pretérito com gosto de saudade, porque sei que esses minutos, horas e dias que não podem ser medidos por calendários, relógios, ou quaisquer contagens expressas por números, são especiais e não retornarão. Mas sentirei-os em mim a cada lembrança. E por mais fraca e seletiva que seja minha memória, alguns dos registros me trarão essa possibilidade de vivê-los novamente. É isso que me faz amar incondicionalmente as palavras e a fotografia.