Ménage
Vi uma vira-lata, um mendigo e uma puta
do sereno, aguerridos recrutas
mundos paralelos sem terra devoluta
colibris detentores da mesma podre-fruta
rolam na vida sem cobertores...
atrás de agasalhos-jornais moram
o tempo consome o que de outros devoram!
o vento frio uiva pra cadela no cio
o vento frio anima o fogo do mendicante
que se embala na cachaça barata
trazendo-lhe o vulto do verdugo
daquele ser que teria sido homem
antes de virar besta!
O vento frio anima aquela moça alegre
que a outros corpos aquece
e usa o gôzo em forma de prece!
uma mesma cruel cantiga pro vento frio embalar
pra uma mesma dança que não cansa nunca de tocar