Promovendo Deus

Sinto-me comovida

Promovendo esse Deus em mim

A luz que dança

Sobre minhas heranças.

Aquilo que me pertence

Derramando ligeiro

O que de mim não sou.

Sinto o caçador implacável dos sonhos

Desossando a realidade

O que sustentava uma certa felicidade.

Inimigo traduzindo minha gênese

Mas sem o poder do controle original

Até mesmo do que me é carnal.

Estilhaço apenas da grandeza

Do sangue do cordeiro imolado

Em mim derramado.

O que foi concedido

Sem o olhar escondido

Desse astuto malvado.

Algoz ... ele vigia

Pequenas orgias

Entradas de sua morada.

Provando fraquezas

Rindo da leveza

Com que consegue transformar

O pecado em santidade

Sem sequer preciso a crueldade.

Seu olhar é belo

É sedutor e pomposo

Não tem nada de coitado

É fino e requintado.

Ele vem revestido de aparência

Pois sabe que o homem

Confunde assim com essência.

Ele aproveita então

Dessa situação e desfaz de vez

Do coração do homem o amor

O verdadeiro afeto e o bem dispor.

Sua natureza é funesta

Deixa-nos em restos

Achando que ali

Está o verdadeiro valor.

É preciso entender

O Mestre já foi crucificado

Os pregos cravados...estilhaçados

As mãos ensangüentadas

Já foram libertadas.

Seus pés cruzados

No lenho final da madeira

Já foi desatado.

A coroa ornada de espinhos

Já é rosa perfumada

Aura celestial revestindo a humanidade.

Já temos as provas documentadas

A face do Salvador

Estampada no sudário

As datas estabelecidas no calendário.

O sepulcro vazio

O lençol dobrado ao lado

Reluzindo sua presença

Ele já voltou transfigurado.

Já mostrou a mão perfurada

Perdoou a dúvida

De tantos Tomés... avisados

Já deu-nos a Paz esteja Contigo

E disse que conosco estaria

Nos momentos de agonia.

Se fazendo corpo e sangue

Hóstia consagrada

A vida contínua e renovada.

Porque ainda insistimos em tanta desarmonia?

Nessa busca louca por qualquer tipo de alegria?

A natureza já dá suas amostras

Levando até as encostas

Ela é o retrato do Deus vivo

Que aos poucos está sendo corrompido.

Seus olhos se derramando em correnteza

Levando o que consideram riquezas.

Não são obras do inimigo

Tirando abrigo

É resultado da ação

Recaindo sobre os mais fracos

Abrindo buracos.

Pois é preciso imolar

Antes do fim derradeiro chegar.

Poderiam dizer

Mas Deus não é justo?

Só posso dizer

Ele é pura Realeza

Faz uso do pequeno

Pois sabe que ali encontrará fé

A coluna da Igreja em pé.

Verá mãos unidas retirando

Dos escombros corpos soterrados

Antes de serem velados.

A pouca roupa que resta

Cobrindo olhar de estranha esperança

A humildade estampada

Em lonas alugadas.

Órfãos ...viúvas

Avós ...tios...netos

Uma multidão sem teto.

Mentes que olham pro céu

Procurando sentido

Fugindo dos pesadelos

Pra não edificar moradas

Em seus medos.

Guerreiros desarmados

Sociedade de andantes

Controlados pelos governantes.

Unidos na mesa redonda

Discutindo o que fazem com a nova bomba.

Visionários incrédulos

Que fazem da corrupção

O seu ganha pão.

Já foi dito.

Comerás do suor do trabalho de cada dia

E não da injustiça a revelia.

Mas chegará a hora

De apresentarmos as mãos

De encarar o juiz

Sem olhar pro chão.

Ele levantará sua cabeça

E dirá... mostre-me o bem que fez

Antes que pra sempre padeça.

Não sobrará ali poder algum

Senão a do Criador

Com o cajado disposto

Fortalecendo seu rosto

O trono da verdadeira autoridade

A quem devemos reverência

E um pouco de moralidade.

Onipotente...onisciente...onipresente

Cobrando o poder emprestado

Aos políticos desalmados.

O que fizeram pra mudar a situação

Da pobreza dessa multidão.

Desse povo encarcerado

Pela própria lei enganados.

Então pensamos...

Será mesmo o fim?

Ou a humanidade ainda verá

Brotar o alecrim?

Lucinda
Enviado por Lucinda em 07/02/2011
Reeditado em 12/02/2011
Código do texto: T2778281
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