Quebra de jejum...

Nem sei se conta como quebra de jejum (Conta sim, 25 dias sem postar). Mas fico pensando sobre a maneira de pensar de outras pessoas (isso eu penso em colocar em outro texto)

Esse tempo sem postar é uma correria de filho de mulher da profissão antiga, levar trabalho pra casa, continuar por ali, comer na frente do computador, limpar os farelos que insistem em cair no meio do teclado (eu assopro como criança apressada invade o aniversário alheio pra soprar velhinha). Guardanapo de papel para tirar a oleosidade antes de encostar os dedinhos gordurosos nas letrinhas.

Eu sentei na frente do PC daqui da empresa só pra postar uma frase e ir embora, mas já fiz os mandados e tenho um pouco mais de tempo livre (Pera, pegar um copo de refrigerante na geladeira)... Sim, parei em tempo livre. Fiquei pensando num negócio quando tava andando pelo centro aqui na cidade. Vi duas pessoas conversando e um falava bastante alto e gesticulava bastante (deve ter sangue italiano), o legal que ele ainda pedia opinião de pessoas que passavam. Sim, de longe já ouvia parte da conversa, era algo sobre os acontecimentos da vida. Confesso que é um assunto que me interessava, se não fosse na hora do meu trabalho, eu até pararia pra conversar com os dois caras.

Bem, tenho mania de andar apressado mas nessa ocasião eu tava em ritmo mais lento, passando por entre as pessoas achando brechas no caminho, deu pro Ítalo-Manauara me parar:

- Deus escreve certos por linhas tortas! Né verdade?

- ... - levanto a sombrancelha esquerda sem mexer na direita

- Deus num escreve certo por linhas tortas? Cê num concorda comigo?

- Meu senhor, pra mim Deus escreve certo por linhas certas e quem entorta é a gente - E continuei o meu caminho.

Antes eu me perguntava o "por quê disso..." e o "por quê daquilo" sobre as coisas que me aconteceram. Hoje em dia eu paro e revejo os acontecimentos e pondero sobre as atitudes. Claro que isso me acumula alguns pontos em raiva, tristeza, alegria, desânimo e por aí vai... dependendo das atitudes cê marca o pontinho em algum ponto desses, ainda num parei pra montar uma tabela ou gráfico de resultados, mas isso vai lapidando em cada um.

Levando em conta a minha correria e sem tempo de escrever, eu abria o bloco de notas ou procurava alguma folha de papel ofício, post it ou até guardanapo pra escrever alguma coisa... faltava papel ou material escrevente. Sempre aparecia um imprevisto, hoje num sei qual foi o milagre. Acho que sei qual foi: Eu ter me dado conta que ultimamente eu estava entortando a minha linha.