RECONCILIAÇÃO
Muitas vezes em nossa vida, sofremos com a incompreensão e a dureza das atitudes do ser amado e permanecemos, mesmo contra a sua vontade, ao seu lado na esperança de que a nossa energia amorosa, com o tempo quebre as barreiras do coração ao qual nos afeiçoamos.
Porém, não é incomum ao alcançarmos o nosso intento, ficarmos presos as memórias das desfeitas e dores do coração que outrora endurecido, nos causou antes de ser enternecido pelo nosso amor. E com isso, desavizadamente trazemos para o presente através de palavras imprudentes, as memórias ressentidas do passado. Que dessa forma, acabam por nos privar de viver os momentos ternos do agora. Uma vez que nossas palavras ressentidas acabam reportando a nós mesmos e ao ser amado a um passado de tristezas, transformando o presente no que deveria ser “passado”. E a ternura que o presente nos reserva, acaba por se contaminar pela nossa mágoa e pela culpa que ela causa no ser amado, que nesse ponto, já se enternecia com a nossa presença.
Essa é uma situação muito comum nos processos de reconciliação. Sendo grande motivo de fracasso em inúmeras tentativas e não, a falta de amor como se costuma pensar. O amor é sempre possível, basta permitirmos a ele que floresça.
Nossos erros existem e devem ser utilizados como material de meditação, durante o nosso processo de aprendizado rumo à evolução moral, não, para serem perpetuados através das nossas mágoas.
Não é construtivo arrastarmos o passado ao longo do presente. Porque não pode existir futuro sem o presente, apenas o passado. Viver é seguir adiante. Caso o contrário, seguiremos nosso caminho à pisar sobre as pedras do passado, lançando mão de colher as flores que surgiriam pelo caminho.
“Não se pode mudar o passado, mas podemos recomeçar e escrever um novo futuro.”
(Emmanuel)
Dedico a JBS