Manifesto à morte cotidiana
Sono: medo ignorado do desconhecido,
lucidez desmedida de uma metafísica abstrata.
Minha mente entra em um estado
eminentemente impressionável,
organolepticamente livre do mundo corpóreo.
Em um desejo incessante pela liberdade,
minha razão inutilmente tenta devassar mundos inacessíveis.
Contudo os grilhões foram quebrados!
Existe somente o laço condutor das sensações
entre as duas facetas da mesma existência divina...
Fraco corpo adormecido;
espírito livre em puro torpor,
transportado para dimensões depuradas.
A alma emancipada vaga por mundos desconhecidos,
transpõe o obsoleto
em uma contemplação sublime do absoluto.
Colóquios ocultos entre o corpo e a essência primordial da vida
me induzem a um estado sonambúlico latente.
Em um errante retorno à obscuridade interna,
contemplo conjuntos bizarros sem nexo.
Desembaraço-me do súbito devaneio filosófico,
desperto,
e nada guardo na memória.