Confissões de uma suicida.

Hoje eu descobri que o meu maior medo é me deixar ser engolida por essa melancolia ociosa que me mastiga diariamente há tanto tempo.

Às vezes, acho que nasci com todos os antônimos possíveis da palavra "felicidade". É tão difícil conviver com a principal culpada de tanta dor, tanto problema, impossibilidade. Lutar, se desgastar, se exaurir em tentativas inúteis de me libertar de mim mesma. Eu continuo respirando; Devagar e sufocada, mas eu continuo respirando.

E a culpa é mesmo minha. Só de tentar justificar, com um discurso tão eloquente, prolixo, comovente, eu já consigo enfiar ainda mais profundamente o punhal encravado na minha alma coitadinha, penosa. Que dó, que dor de mim!

Amor? Desconheço. Talvez um dia eu aprenda a amar, e começando por mim. Talvez isso clareie todas as outras trevas da minha vida. Talvez!

A palavra certa é cansaço, e só de pensar eu já me canso. Mas há uma outra, acima e abaixo de todas as outras:desistência.