Do vulgarismo necessário

É sabido que a mulher já alcançou um quarto de sua liberdade contra o machismo, é sabido que o século que se inicia trará com toda força a revolução das mulheres que já se encontram bem avançadas no que diz respeito à conquista do espaço e no que ainda a para conquistar. A luta pelos mesmos direitos dos machos, a evolução da liberdade de falar, de se manifestar, de questionar fez nascer no ambiente feminino o conceito de vulgaridade. E a esse conceito atribui-se várias formas de entendimento sendo mais peculiar o conceito de devassidão das mulheres o que não se julga falso pelo o que a história causou até hoje a elas e pelo que elas demonstram em seus momentos de ópio.

Não vejo nada de mais no que diz respeito à vulgaridade das mulheres é necessário pelo menos dez por cento de vulgarismo para que elas se tornem sociáveis ao ponto de não deixar duvida quanto a sua coragem e sua feminilidade, para que se tome força, para que se possa persuadir sensualmente incitando seus desejos e para que se tenha o mais importante a ironia elegante. A mulher precisa levar em consideração no processo de conquista do seu espaço o fato do poderio da excitação que elas causam em qualquer ambiente. É demasiado claro que uma mulher sem os dez por cento de vulgarismo é a mulher da idade media, a mulher do império Romano que era execrada de seu meio se cometesse adultério ou simplesmente se constatasse certo cheiro de vinho em seu hálito. O vulgarismo em pequena quantidade é necessário, pois faz a mulher desabrochar, se libertar de suas intimidades e de seus velhos medos, torna-a imprescindível, deixa-a sempre com um toque de mistério. Foi assim que elas conquistaram direitos que eram exonerados.

Não se pode passar dos limites quanto à vulgaridade, ela acrescenta quando absolvida apenas pequenas quantidades só para impulsionar, ou melhor, para o primeiro impulso. É como álcool no estomago do homem reservado que o faz libertar, mas se ele toma de mais acaba que por cair em terra correndo o risco do vicio o que nunca mais fará largar. É assim que funciona a vulgaridade nas mulheres em pequena quantidade deixa-a no ponto de competir com os machos de plantão, de buscar o seu lugar conscientemente, de questionar de igual maneira e padrão, mas quando se toma em quantidade acima do limite se torna grosseiro, ordinário, infração da moralidade em si, desrespeito com sua própria estrutura humana.