PENSANDO... MÃOS A OBRA
USOS DAS MÃOS
Para que servem as mãos? Pergunta boba, de resposta fluente e fácil. Servem papa pegar e largar, ajeitar os óculos e o topete, para fazer trinca de damas e canastra do ás ao sete. Servem para acariciar, sacudir e bater, limpar o ouvido e segurar o livro para ler. Com elas o jogador empunha o taco de sinuca e o namorado acaricia uma bela nuca. Úteis também são para o sinal da cruz, abrir o carro, apagar ou ligar a luz.
As mãos têm infinitas utilidades.
Bebes comunicam suas idades,
Ladrões visitam o bolso alheio
E crianças compram balas no recreio.
Na raiva soltam beliscões, que malvadeza!
Aplicadas, lavam a louça, tiram a mesa.
Viajando, seguram malas,
Comprando conferem o troco,
Na Bahia, quebram o coco,
Já na boca, espalmadas, impedem a fala.
Epa, mãos ao alto, é um assalto!
Mãos abanando, aquele ali vai enrolando,
Mãos a obra, aquele outro se desdobra.
Em primeira mão, lá vem notícia de eleição.
Já de segunda mão, é produto da inflação.
Tem a mão boba, a mão leve e a mãozinha,
Mas logo abandono esta nova linha.
Volto às suas utilidades, pelo sim, pelo não.
Mão única, vou em frente.
Servem para bater à porta (tem gente)
Para corta torta, escovar e palitar os dentes.
No amor são de grande serventia.
Jogam beijos na alegria,
E na tristeza, desencantos meus,
Enxugam lágrimas, acenam... Adeus.
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do Livro de versos e poesias " Viajando em Você"
inédito de Luiz Otávio