As mulheres que há em mim

Aos poucos estou aprendendo a conviver com as mulheres que habitam dentro do meu ser.

A Laura é a que mais me dá medo, pois é cheia de devaneios, comete locuras, é insaciável, impulsiva, não tem qualquer pudor, ignora completamente as convenções sociais e se entrega de corpo e alma.

A Paula é a mais sensata, sempre equilibrada, serena, responsável, trabalha o dia inteiro, estuda durante as madrugadas, tem sede de conhecimento, sempre obtém aprovação em seus projetos, e não permite que os arroubos do coração prevaleçam sobre a razão.

A Valentina é a mais forte, destemida, independente, mora só, faz suas compras e se banca. Ela se basta! Muitas vezes ela quer ser minha mãe, cuida de mim como nunca ninguém cuidou.

A Beatriz é a mais frágil, chora baixinho, sente solidão e acorda de madrugada com medo de pesadelo, procurando um abraço consolador, em vão.

A Elis é a mais despreendida, aprecia o mar, caminha pela praia, olha para o teto, não penteia o cabelo, não olha para o relógio, está sempre tranquila e relaxada.

Ainda tem a Maria, que é a submissa, quer ser dominada, quer encontrar alguém para possuí-la, quer ser preenchida, quer gerar filhos, quer cuidar do marido, da casa, do café, do jantar e do jardim...

Enfim, habitam muitas mulheres dentro de mim, na verdade elas girar em torno do meu ser, muitas vezes me deixam tonta. São tantas que às vezes me perco.

Não sei quantas ainda estão por vir, mas sei que não quero perder nenhuma delas!

Partir
Enviado por Partir em 25/01/2011
Reeditado em 25/01/2011
Código do texto: T2750362
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