O que dizer?

O que dizer? Em meio à imensidão, ao mundaréu, no escarcéu mudo, banhados pelo imponente sol, semi-salvos por uma sombra de um teto velho de guerra e uma parede de entranhas estranhas. Uma, três, sete, onze cabeças, vidas, destinos e caminhos que se cruzam, ali. Nada se diz. Era pra ser dito, ser debatido, e no específico, muito bem falado. Não é. Vão-se os dias, com muita alegria por terem ido, mas fica o eterno, provável “não-revogável” silêncio. Por que raios assim? O calar não deveria de existir, ao menos entre esse um e outra aquela.

Quando alguma das palavras pensa em brotar para fazer nascer o entretido diálogo, morre bruscamente na tentativa de ser posta para fora, caindo para a senhora de todas as comunicativas, a timidez. Senhora que se diz prudente, faz por prevalecer a integridade do seu senhor (você, eu) perante os eminentes perigos da vida, segundo sua ideologia; vida, está que não existe a não ser pela dádiva suprema concedida, a de se comunicar com outrem, ou ao menos interagir com a outra existência, seja da forma que for. Portanto, não seja eloquente por mim ou outrem, senhora timidez, deixe que eu faço, ou até mesmo que façamos isso por bem do meu próprio existir

Leo Zapparoli
Enviado por Leo Zapparoli em 25/01/2011
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