Não deixar de cumprir seu papel.

Eu não quero é o mórbido, o óbvio, o que é politicamente correto.

E afinal, o que é certo? O que é errado?

Eu apenas continuarei. Com perguntas sem respostas

Com saudades engarrafadas, com dores latentes expostas ao sol.

Com o sorriso doce e sincero daquela criança do outro lado da rua.

Com o abraço inesperado do sujeito embriagado que surpreendentemente traz paz.

É assim que seguirei, sem magoas, sem chororô, sem penar.

Apenas caminhar, com ou sem aquele clichê de novela de um amor pra envelhecer.

Sem joguinhos, sem repressão, sem medo.

Acordar pra mais um dia seguir. Forte. Fraca. Um dia por dia.

Mas sem fraquejar. O sol ta aí, apesar do toró que caiu ontem.

Grita e berra, mas vem quente e brilhoso.

E é isso, não deixar de cumprir seu papel.

Papel de ser gente nesse mundo que você não pediu pra vir.

Esse mundo que você não sabe quando vai.

Alessandra Vieira
Enviado por Alessandra Vieira em 23/01/2011
Reeditado em 25/01/2011
Código do texto: T2746762