[Nunca Mais é para Sempre]

Como dizer nunca mais

para as tardes de mimosas

flores lilases que sobressaem

do topo do muro do cemitério?

Minhas pernas doem,

minha vista se cansa,

meus braços pesam,

minhas lembranças

voam céleres...

O Ontem me criou... etc, etc...

Agora, o vento... A tarde veio,

e por mais que eu descreia,

trouxe alguma esperança,

alguma...

E aquelas flores

dizem-me o quê... nada;

Sonhos de velhas casas,

anseios de almas já mortas...

Nunca mais... é para sempre?

E descanso o rosto na palma

da minha mão atribulada,

e me estarreço diante de mim,

diante dos outros, diante do muro,

diante dos fatos da existência...

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[Penas do Desterro, 21 de janeiro de 2011]

Carlos Rodolfo Stopa
Enviado por Carlos Rodolfo Stopa em 21/01/2011
Reeditado em 02/08/2012
Código do texto: T2743713
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