[Nunca Mais é para Sempre]
Como dizer nunca mais
para as tardes de mimosas
flores lilases que sobressaem
do topo do muro do cemitério?
Minhas pernas doem,
minha vista se cansa,
meus braços pesam,
minhas lembranças
voam céleres...
O Ontem me criou... etc, etc...
Agora, o vento... A tarde veio,
e por mais que eu descreia,
trouxe alguma esperança,
alguma...
E aquelas flores
dizem-me o quê... nada;
Sonhos de velhas casas,
anseios de almas já mortas...
Nunca mais... é para sempre?
E descanso o rosto na palma
da minha mão atribulada,
e me estarreço diante de mim,
diante dos outros, diante do muro,
diante dos fatos da existência...
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[Penas do Desterro, 21 de janeiro de 2011]