Primeiro dia
Pressentimento sobre o eterno paradisíaco
Pressenti que hoje será tudo melhor
Ao acordar , o sangue não estará coagulado em poça
E ao dormir , não haverá mais como ter medo de acordar
Ou o mesmo calor doído , aquele que não mata frio algum
Percebi que caminhar sozinho , não é sensível
Todos fraquejam quando o contato é pouco
Consigo mesmo , a briga é sempre mais intensa
Nos pedaços em desmanche , sua vida … no desague , ou nada
Cantarolei medidas , e me abstive dos sustos frequentes
Ah , a melodia dos dias bons !
Que falta faz cantar , sem voz … intenção ou lugar
Provo que estou vivo , com todo essa cansaço de viver
Embaralhei todas as palavras , todas as embaralhei
Sugerindo ao cosmo que me ajude a calma , ajude cosmos
Que me faça falta as vezes que me faltarem sorrisos , falta não há de faltar
O humor drástico , que aqui é companhia e ali é palavrão
Preferi protestar logo aos berros
Não sou de silenciar catástrofes , ou maquilar verdade
Percebi que estava certo , e não diferente disso …
Estava , enfatizando a pose , categórico
Sabe , aquele pressentimento sobre o eterno paradisíaco ?
É verdade .
Mas em ser real , nos toma todo o existir .
Daniel Sena Pires – Primeiro dia (16/01/2011)