A Morte e a Elegância
Todos estão acompanhando impressionados a luta contra a morte que o vice- presidente Zé Alencar está travando. Admirando a sua coragem, sua força , seu bom humor. Uma jornalista , na televisão, atribuía esse comportamento à assistência que ele vem recebendo . Ou seja, um hospital considerado o melhor do país . Médicos competentes,equipamentos de ponta, enfim, tudo de primeira qualidade. É verdade que isso pode contribuir para essa tranquilidade. Embora, eu tenho um amigo que afirma que a morte em um hospital particular é mais dolorosa do que no hospital público. No hospital particular, segundo ele, é lenta, devido aos recursos ali existentes. No hospital público - por questões óbvias- morre-se rápido, ele chegou a essa conclusão,diz isso com o seu conhecido sarcasmo. Mas ainda assim, esse mineiro, surpreende, a mim principalmente. Eu Já vi muita gente de uma invejável respeitabilidade moral, intelectual , na hora da morte, amarelar. De ateu radical convertia-se em crente fervoroso.O contrário também,acontece. Temos vários exemplos. Mas é melhor não citá-los aqui. Lembrei –me do Paulo Francis, referindo-se à Jacqueline Kennedy Onassis- que recusou-se a ficar em um hospital, evidentemente com toda sofisticação,tecnologia médica, tudo que o dinheiro pode oferecer, para permanecer em sua residência, de forma simples,esperando pelo último instante, pelo derradeiro sono- como dizia o poeta. Paulo Francis elogiava a elegância da eterna primeira dama dos americanos, dizendo que, mesmo no momento mais delicado da 'vida', ela manteve a classe. A elegância de sempre. É, Temos o Zé Alencar. Muito elegante