Rabo de olho

Eu vi a flor do teu cabelo, que me chamou tanta atenção.

O girassol dos teus cabelos, a luz do sol em teu olhar.

Eu vi teu riso, não sei de que...

Vi teu olhar olhar além.

Seus pés foram de cá pra lá, de lá pra cá

Vi teu rabo de olho me olhar por um instante, vi teu sorrisso do canto da boca.

Vi teu batom a beira do copo, teu cabelo cair por sobre o ombro

Seus passos afastaram, naturalmente te segui.

E então e eu vi, o teu batom manchar o copo e teu dedo balançar ...

Me aproximei, então senti, aquele cheiro de hortelã e alcatrao.

Pisquei meu olhos, distraí-me

E então eu vi que ela desaparecera...

Caminhei tudo que pude, mais a frente pude lhe encontrar , ainda a rir e a bebericar...

Ri sozinho de teu riso, de que sera que ria tanto.

Vi teus olhos a sorrir tambem.

Tua voz ecoava, teu som profundo, exorbitante,

Tua alegria era grande, mal cabia em si.

Provei seu beijo, seu abraço.

Poderia viver mil vezes o mesmo instante.

Queria roubar teu riso, bota-lo em uma garrafa ou algo assim.

Pra poder ouvi-lo sempre, pra ouvir sem fim.

Teu gargalhar, tua leveza, destreza, alegria...

Foi o começo de mil dias de euforia.

E no fim, a solidão me abraça...

O vazio alucina, queria ela minha, queria pra mim.

Tanto quis que te perdi, em alguma noite qualquer.

Não há mais riso, girassol, cores, mulher...

Somos a história contada novamente.

Em teu rabo de olho, eu vi...