Barreiras do silêncio
É difícil para mim saber o que se passa, é como se algo brilhasse a minha frente mas não sei se posso toca-lo. De que será feito? De magia, será que ao tocá-lo todo meu corpo se encherá de luz? Ou será algo radiativo, tão venenoso e mortal que não conseguirei viver pra entender se acaso lhe tocasse?
Queria que você falasse ó brilho extasiante. Queria lhe perguntar porque o seu brilho se apaga quando me aproximo. Será que lhe faço mal? Ou será a paz que sente que abranda algo que arde em seus raios fascinantes? Será que você tem alma, ou será o que vejo o todo? Será que este brilho existe ou será minha imaginação?
Ah se você falasse, se me dissesse se lhe faço mal ou bem. Queria lhe ouvir mas você não fala, queria falar mas parece que você não ouve. De qualquer forma é o silencio que nos separa, esta barreira que não deixa que nos entendamos, que nos desvendemos.
E se acaso da mesma forma você me olha? E se da mesma forma tenta me entender? Se você fala e eu também não ouço nenhum som, e também nenhum som para ti eu emito? Então como se explicaria isso? Duas luzes que se vêem mas não podem se tocar como Sol e Lua, que às vezes em noite de verão chegam por um breve instante tocar com um de seus raios luzentes o raio um do outro. Experiência quase mítica que transita entre o real e o imaginário, momento de êxtase teatral, em que se acredita na representação como se verdade fosse.
Então é porque pertencemos a dois mundos diferentes: Um pertence ao Sol e o outro à Lua, e estes momentos mágicos com certeza são eclipses que quebram as barreiras existentes entre nós.