Apenas uma garotinha

De repente vi de novo aquela garotinha de 12 anos,que tentava sustentar o peso que abatia sua casa.Que se fazia forte o dia todo,mas que a noite,virava-se para a parede,fechava os olhos,perdia as esperanças e chorava em silêncio.Num soluço mudo,de modo que ninguém nunca tenha descoberto.

Depois de seis anos,o medo que jamais se foi,reaparece tão doce quanto a bomba de Hiroxima,tão lento quanto a luz,na pisada de mil cavalos.

Todo esse tempo sabia que nada é eterno.Os pesadelos sempre lembraram isso.E por mais que doa a garotinha não chora mais.

Está mais forte?

Creio que não,suas forças se esvaem a cada dia.E a pouco viu que sua dormência estava criando outra garota como a doze anos.

–Não é justo,não está certo. Não permitirei!!

Foi a decisão mais acertada que tomara.Era mais necessária que nunca,e tinha mais maturidade agora.Só não podia deixar que o excesso de responsabilidade a assustasse,afinal sempre foi dela,essa função.

Aquela garotinha encontrou-se no mundo quando pôde ser a pessoa a abrandar,as lágrimas de sua irmãzinha.Quando fez-la sentir-se mais segura,ao menos saber que não estava sozinha.

Dando a ela exatamente o que precisava,tudo aquilo que não teve.

Eu me senti bem,depois de muito tempo!

Robroy
Enviado por Robroy em 13/01/2011
Reeditado em 31/01/2011
Código do texto: T2726996