Apenas uma garotinha
De repente vi de novo aquela garotinha de 12 anos,que tentava sustentar o peso que abatia sua casa.Que se fazia forte o dia todo,mas que a noite,virava-se para a parede,fechava os olhos,perdia as esperanças e chorava em silêncio.Num soluço mudo,de modo que ninguém nunca tenha descoberto.
Depois de seis anos,o medo que jamais se foi,reaparece tão doce quanto a bomba de Hiroxima,tão lento quanto a luz,na pisada de mil cavalos.
Todo esse tempo sabia que nada é eterno.Os pesadelos sempre lembraram isso.E por mais que doa a garotinha não chora mais.
Está mais forte?
Creio que não,suas forças se esvaem a cada dia.E a pouco viu que sua dormência estava criando outra garota como a doze anos.
–Não é justo,não está certo. Não permitirei!!
Foi a decisão mais acertada que tomara.Era mais necessária que nunca,e tinha mais maturidade agora.Só não podia deixar que o excesso de responsabilidade a assustasse,afinal sempre foi dela,essa função.
Aquela garotinha encontrou-se no mundo quando pôde ser a pessoa a abrandar,as lágrimas de sua irmãzinha.Quando fez-la sentir-se mais segura,ao menos saber que não estava sozinha.
Dando a ela exatamente o que precisava,tudo aquilo que não teve.
Eu me senti bem,depois de muito tempo!