30/12

Humanidade. Essa palavra-objeto-conjunto-coisa perpassa meus ouvidos, ecoa intensa e fortemente. Eu diria fujam, se fosse possível. Mas na verdade todo tipo de escapatória é aprisionamento revertido. Aprisionar-se na não-prisão prendendo-se fora dela. Eu diria fiquem, se fosse impossível. Ficar desatraí por ser fácil, mesmo quando não se está confortável. Talvez um gozem seja o ideal. Gozar do seu prazer, da sua crença, do seu cotidiano, do sexo, das relações interpessoais, gozar do mundo e deixá-lo gozar de você. Que preguiça do ar. Deitado, caneca de chá de hortelã vazia, sem biscoitos, sem companhia, sem vontade. 01:40. 30 de dezembro: o dia anterior ao réveillon. Seria o início de um ciclo o início do ano? Deveria eu investir nas lojas de vestuário? Ou de brinquedos infantis? Ou no sistema que todas essas indústrias bancam? Me sinto tão incoerente. Por que o indivíduo social tem que crer em x? Fazer a? Manter g? Impossível entender. Por que eu sou tão adolescente incompreensivo? Por que as pessoas esperam isso de mim aos 17? Mantenho-me descompromissado com a linguagem, modo de escrita, desculpa.