ABSURDOS,SOMBRIO,ESCURO
De quando em vez com o badalar do relógio pendurado na sala de estar vai meu coração te badalar, te procurar, entre, rostos estranhos, corpos adornados de sangue e vozes entoando um novo canto. No meio de uma viela escura a luz de uma vela, encontro a alma que um dia perdi nas incertezas dos mares revoltos de solidão, desgostos e desamores que carreguei, um dia, talvez.
Vejo a figura sem graça, de face espalmada olhando pra mim, pedindo meio que sem pedir, ouvindo meio que sem ouvir, vendo sem saber o quê ou quem, ao transpassar de uma noite que já não cabe na noite, e o dia que já não se parece dia, a vida vejo transformar em uma grande agonia, no mar da saudade e solidão que afoguei teus sonhos e deslanchei meu coração.
Vejo-te ao mais fundo passo de uma grande depressão...
Da perca total da razão.
Ao contemplar os mais efêmeros sentimentos, ao desprover das faculdades mentais, me vejo entre mil e mil um motivos pra mudar de rota pra buscar uma nova frota pra esquecer os medos pra entrar sem anseios no mundo que já perdi as passagens mais viajo, na busca do eu que jurou não ser teu, pra ser mais forte, mudar o norte e de encontro à sorte, vou inovar deixar quem sabe de amar, conhecer o futuro.
Esquecer que pulei o muro e viver simplesmente viver
Num mundo de absurdos, sombrio e escuro.
Procurando por você,que afoguei sem querer!