Silêncio...

Meu silêncio tem o custo do calar... Do gesto que não entende... Do gosto da boca e dos cascalhos que piso sem dó.
Não falo... Guardo...
Não digo...Amo...
Não sou... Apenas conto em volume comum.
A distância faz com que digamos... As formas condenadas pela pena do nem saber quem somos.
Coordenadas...
Alguém poderia dizer-me onde está a cola dessa pipa avoada?
Sinto que estão espetando as agulhas... Muita coisa ruim em pensamento.
Hora de lamber estradas... Hora de deixar o futuro ao sabor do vento? Hora de calar a boca... E perceber que o percebido é de quem o deseja perceber?.
Ora! Manso coração... Quem diria ao verso que tudo nessa vida é contramão?
Polidez.... Volto a mesma cena... Circulante e dito. Morro aos prantos... Nem tanto,por isso.
Lavro as pétalas em bocados... Bem que te vejo, dias melhores.
Meu silêncio não é sentido... Tem o gosto da tristeza... Nunca falo a quem não amo... Causo danos.
Silencio à morada do meu peito... As palavras são a incompetência e não dizem nada de fato.
Olho e não me vejo... Ninguém me vê.
Ontem, luzes... Hoje, soluços. Poeta surdo, enveneno-me com a falta do esquadrejar.
Assim... Procuram-se as agulhas na palha.
O dourado e o cinza... A cidade repleta... A vista vazia.
Tumultuado túmulo de tantas marias.



14:10


(A chave)

Nadia Rockenbach
Enviado por Nadia Rockenbach em 11/01/2011
Reeditado em 20/01/2011
Código do texto: T2722616
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