:::Palavras Mudas:::

Não tive um dia muito bom hoje e isso me serviu de inspiração, ou lição, ou como queira chamar. Pensei o dia todo e depois de muito pensar, resolvi organizar meus pensamentos. E cheguei a algumas perguntas: O silêncio machuca mais do que as palavras? Ou palavras machucam mais? Pensar e não falar é mais válido do que falar sem pensar? A raiva nos faz dizer coisas que no fundo não queremos? Ou queremos? O silêncio, os pensamentos internos e as palavras sufocadas fazem mal? Ou ás vezes são as melhores opções?

Confesso que não cheguei a conclusões satisfatórias, mas tive algumas. Hoje, especialmente nesse dia, fiz um teste e posso dizer que não foi dos mais fáceis. Porém, eu quis fazê-lo. O meu teste foi o seguinte: Durante uma discussão, eu apenas me calei. Eu não abri a boa para revidar, não disse absolutamente nada, nada mesmo! Eu pretendi diferenciar essa discussão das outras. Eu nunca tive forças em me controlar, sempre falava tudo e muitas vezes até o que não queria e de certa forma machucava não somente a quem ouvia, mas a mim também.

Hoje foi diferente e realmente não sei de onde encontrei essa força capaz de me silenciar. Eu preenchi minha mente com pensamentos diversos, coisas boas e isso me ajudou. Eu percebi que calar-se é muito mais difícil do que falar. E, quando me dava vontade de dizer tudo o que estava sufocado, eu parava, respirava, pensava, dizia mentalmente e a raiva se dissipava.

Mas é complicado, eu aprendi que a melhor forma de descontar essa raiva de querer falar, essa vontade de destilar palavras feias é chorar. Somente chorar. Eu chorei, chorei tudo o que tinha que chorar. Quando a raiva, o aperto no coração doía, eu chorava, sem medo, eu me escondia em um canto e me perdia em soluços e lágrimas. Chorar não faz mal, alivia a alma.

E depois de feito esse teste. Eu notei que palavras ferem muito mais. Quando você está com raiva e fala, você machuca a pessoa e você com uma intensidade relevante. Quando você se cala diante de uma palavra de raiva, você não fere ninguém. E mesmo que por dentro do silêncio do seu coração você se machuque, você pode se curar com uma lágrima.

Cheguei a conclusão de que: Diante do silêncio as pessoas se calam. Elas falam, falam, discutem, brigam, gritam e batem de frente com um silêncio cortante até o ponto de não existirem argumentos suficientes para continuarem aquela discussão. O silêncio derruba as pessoas de cara no chão, te mantém a razão, te deixa lúcido. O silêncio cala as palavras proferidas sem pensar.

“Ás vezes é melhor calar do que gritar!”

É assim, o silêncio te bate na cara e ponto final. Te joga no chão e te deixa lá, falando sozinho...

"E eu realmente queria que certas pessoas lessem isso e entendessem o por que que "o gato comeu minha língua"...

Sem mais á declarar!

Ana Luisa Ricardo
Enviado por Ana Luisa Ricardo em 10/01/2011
Reeditado em 10/01/2011
Código do texto: T2720521