Caminho
Se sou metade, sou caminho...
Se for saudade, estou sozinho...
Se eu for forte é sem querer...
Mas ser for fraco é por você...
Não por vontade, nem por desejo...
Mas por saudade daquele beijo...
Se o passado é a certeza...
E se a luz é sem clareza...
Já não importa o que vier...
Nem mesmo a sombra de outra mulher...
Porque a vida dilacerada...
Que se arrasta pela estrada...
Que vai buscar num céu distante...
O brilho duro de diamante...
De coração frio e recluso...
Mas que da brilho para o mundo...
Vai consumindo cada quilometro...
Sempre atento ao seu termómetro...
O coração que está faminto...
Do teu sorriso que é tão bonito...
Na esperança que o dia pare...
E que o tempo não se acabe...
Se a noite fosse minha amiga...
Não deixaria nascer o dia...
Acaba o tempo, chegou a hora...
Da despedida, de ir embora...
O coração, aquele bobo...
Não vê a hora de ir de novo...
Reencontrar sua metade...
Se refazer matar saudade...
Naquele tempo que se acaba...
Que no desejo sempre esbarra...
Me alimento da ventania...
Que da janela entrava fria...
Mais uma vez estou sozinho...
Da minha estrada eu sou caminho...
E o caminho é minha vida...
Trago saudade bem escondida...
Já nem importa se vou sofrer...
Estou distante você nem vê...
Nem acredita que estou sofrendo...
Por um amor que vai morrendo...
Por cada dia, dificuldade...
Na ousadia da crueldade...
Do olhar tenso e preocupado...
De quem anseia, por um bocado...
Não sofrer mais, a sua dor...
De ver distante o seu amor...